Jejum e oração pelo Brasil em 29 de março de 2021 derrubaram ministro das Relações Exteriores envolvido em fascismo ocultista

Julio Severo

Líderes evangélicos obtiveram uma grande vitória para o Brasil em 29 de março de 2021, data que eles marcaram para jejum e oração pelo Brasil.

Conforme vídeo que o Pr. Silas Malafaia me enviou, líderes representando todas as igrejas evangélicas do Brasil estiveram com o Presidente Jair Bolsonaro em 29 de março de 2021 para lhe entregar oficialmente o jejum e oração.

Na ocasião, Bolsonaro disse: “Jejum pelo Brasil. Orações que mudam o destino de uma nação.”

De fato, as orações mudaram tudo, trazendo como grande efeito a queda, no mesmo dia, do ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, conhecido por admirar ocultistas.

Por exemplo, sobre o ex-Presidente Donald Trump, ele disse:

Para tentar entender Trump… convém ler… o mestre tradicionalista René Guénon (importante influência de Steve Bannon, ex‑estrategista‑chefe da Casa Branca e ainda central no movimento que levou Trump à presidência). Guénon, escrevendo nos anos 1920, acredita que o Ocidente moderno havia‑se distanciado completamente da “tradição” (o núcleo espiritual de todas as civilizações e que se manifesta diferentemente, mas de forma coerente em cada uma delas), tornando‑se um poço de materialismo e ignorância, cujo único princípio é a negação de qualquer espiritualidade.

Francês convertido ao islamismo e vivendo no Egito, Guénon acreditava, entretanto, que somente o cristianismo, e especificamente o catolicismo, poderia talvez recuperar um mínimo de espiritualidade no Ocidente e salvá‑lo da completa aniquilação numa profunda idade das trevas, pois somente a Igreja Católica, segundo ele, preservava – embora latentes e incompreendidos por ela própria – os elementos da grande tradição.

É impossível não ouvir ecos guenonianos em Trump.

Isto é, Araújo viu que a principal força de Trump eram ocultistas — ou bruxos. Na verdade, ele via Trump apenas como trampolim para os interesses de fascistas ocultistas no governo.

Parece tática de esquerda. Aliás, em seu artigo intitulado “Sequestrar e Perverter” em seu blog pessoal Metapolítica, Araújo disse:

“A tática da esquerda consiste essencialmente no seguinte: sequestrar causas legítimas e conceitos nobres e pervertê-los para servir ao seu projeto político de dominação total.”

Adeptos de Guénon sequestram tudo e todos para sua revolução ocultista. Nos EUA, eles sob Bannon eles tentaram sequestrar Trump. O livro “Barganha do Diabo” disse: “No verão de 2016, Bannon descreveu Trump como um ‘instrumento bruto para nós.’” No Brasil, os adeptos de Guénon também veem Bolsonaro como um instrumento bruto para a causa deles.

Mas Trump acabou acordando para a realidade. Bannon, que tem por Guénon a mesma simpatia que Ernesto tem, foi expulso da Casa Branca com toda a sua bagagem de tradicionalismo ocultista.

No Brasil, os adeptos de Guénon tentam sequestrar a onda conservadora, predominantemente evangélica, dizendo que seu criador é Olavo de Carvalho, adepto de Guénon.

É impossível entender Araújo sem entender Julius Evola, Guénon e Carvalho, suas principais influências.

Araújo disse: “Ocidente de Trump é o patrimônio simbólico mais profundo das nações que o compõem. Nesse quadro, Deus mesmo não deixa de ser um símbolo, o supersímbolo.” Ele mencionou símbolos várias vezes em seu artigo. Ele está apenas seguindo seu antigo professor, Carvalho, que escreveu vários livros ocultistas, inclusive:

* Questões de Simbolismo Astrológico. São Paulo: Speculum. (1983)

* Astros e Símbolos. São Paulo: Nova Stella. (1985)

São livros ligados à astrologia, pois Carvalho foi astrólogo profissional nacionalmente conhecido no Brasil nas décadas de 1970 e 1980.

Embora Araújo corretamente expusesse a infiltração marxista na sociedade, a solução dele para resolver isso era promover a infiltração ocultista.

Araújo louvava o “tradicionalismo” de Julius Evola, que era o guru do ditador fascista italiano Benito Mussolini. Evola escreveu vários livros defendendo o ocultismo e a ideologia direitista. Ele foi o discípulo mais proeminente do ocultista islâmico René Guénon. Não é surpresa, pois, que quem indicou Araújo para governo foi Olavo de Carvalho, o discípulo mais proeminente de Guénon no Brasil.

A admiração de Araújo por Evola era tão grande que ele escolheu um defensor de Evola como examinador para aprovar novos diplomatas do Brasil.

Do ponto de vista espiritual, o Brasil estava caminhando para o fascismo e o desastre, assim como a Itália caminhou para o fascismo e desastre seguindo os conselhos do direitista ocultista Evola.

Araújo criou polêmica ao comparar o Presidente Jair Bolsonaro com Jesus Cristo só porque Bolsonaro deu a Olavo de Carvalho a condecoração mais elevada do governo brasileiro. Foi sua suprema alegria ver o mais conhecido adepto de Guénon no Brasil ser condecorado.

Outra polêmica de Araújo, a qual foi condenada pelos judeus e por Israel, foi igualar comunismo e nazismo, como se fascismo e comunismo fossem iguais. Se tal noção fosse correta, Araújo deveria ser classificado como comunista, pois ele é admirador de Evola, guru do fascismo italiano.

Em seu comentário sobre nazismo e socialismo, Araújo disse:

“É uma coisa que eu falo muito e é muito uma tendência da esquerda. Ela pega uma coisa boa, sequestra e perverte, transforma em uma coisa ruim. Acho que é mais ou menos o que aconteceu sempre com esses regimes totalitários. Por isso que eu digo também que… fascismo e nazismo são fenômenos de esquerda.”

Mas no nazismo, os rótulos ideológicos são eclipsados por interesses ocultistas. Teria sido mais útil se Araújo tivesse confessado:

“É uma coisa que eu falo muito (quando cito Guénon e Evola) e é muito uma tendência do ocultismo. Ele pega uma coisa boa, sequestra e perverte, transforma em uma coisa ruim. Acho que é mais ou menos o que aconteceu sempre com esses regimes totalitários. Por isso que eu digo também que… fascismo e nazismo são fenômenos do ocultismo.”

Se ele tivesse feito tal comentário, ele teria acertado. Evola foi o autor de manuais de direita, inclusive o “Manual para Jovens Direitistas.” Ele também foi o autor de vários livros ocultistas, inclusive “Introdução à Magia: Rituais e Técnicas Práticas para os Bruxos.”

Julius Evola tentou usar o fascismo italiano para destruir a infiltração comunista na Itália. Mas ele e Mussolini levaram a Itália ao desastre.

Da mesma forma, Araújo tentou usar o fascismo de Evola para destruir a infiltração comunista no Brasil. Ele não conseguiu e nunca iria conseguir. O máximo que ele conseguiria seria trazer desastre para o Brasil.

Contudo, Deus teve misericórdia do Brasil e através do jejum e oração dos líderes evangélicos o Brasil foi liberto de Ernesto Araújo e sua admiração por Julius Evola, René Guénon, Olavo de Carvalho e outros bruxos, fascistas e ocultistas.

A queda de Araújo foi uma grande vitória do movimento evangélico conservador e suas orações e jejuns. Muitos outros adeptos de Olavo de Carvalho também já caíram, especialmente por escândalos. Um deles, Roberto Alvim, se tornou um escândalo internacional. Ele foi demitido como principal autoridade da cultura do Brasil depois de citar Josef Goebbels, ministro da propagnda da Alemanha nazista, enquanto falava sobre arte nacionalista em um vídeo que tinha o compositor favorito de Hitler tocando ao fundo.

Diferente do que dizem os adeptos de Guénon, o Brasil não está enfrentando somente uma infiltração comunista. Está também enfrentando uma infiltração de fascismo ocultista que, com a desculpa de eliminar o marxismo, quer implantar seu próprio sistema de doutrinação ideológica. Esse sistema ocultista vê a Reforma protestante como tão maléfica quanto o próprio comunismo.

Só jejum e oração poderão salvar o Brasil dessas duas ameaças.

Carvalho e sua má influência no governo Bolsonaro têm sido denunciados por Silas Malafaia, o maior evangelista do Brasil.

Apesar de que Carvalho posa como grande filósofo e é um imigrante autoexilado nos EUA há quase 20 anos, ele não conseguiu convencer nenhuma editora filosófica americana a publicar seus livros em inglês. Mas ele conseguiu convencer um jogador de baralho que tem uma minúscula editora pessoal. Misturar astrologia com jogo de baralho para simular filosofia ou conservadorismo é conduta típica de trapaceiros.

Em contraste, publiquei meu livro “Prophetic Prayers: Daily Prayer Guide Based on the Book of Proverbs” (Orações Proféticas: Guia Diário de Orações Baseado no Livro de Provérbios) pela WestBow Press, que pertence à Zondervan e Thomas Nelson, as maiores editoras evangélicas dos EUA.

Meu engajamento na exposição do movimento ocultista de Carvalho faz parte de minha missão de oração, que levo a sério há décadas. Só a oração quebra o encantamento dos trapaceiros.

O que está acontecendo no Brasil deveria ser um alerta para os cristãos do mundo inteiro de que precisamos sempre vigiar e orar — inclusive contra ameaças comunistas e esotéricas.

Versão em inglês deste artigo: Fasting and Prayer for Brazil on March 29, 2021 Overthrew Foreign-Affair Minister Involved in Occult Fascism

Fonte: www.juliosevero.com

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Defensor do ocultista Julius Evola foi escolhido como examinador para aprovar novos diplomatas do Brasil

Julio Severo

Agora, o brasileiro que quiser ser diplomata deverá ser examinado e aprovado por um entusiasta do filósofo italiano Julius Evola, que era o guru do ditador fascista italiano Benito Mussolini.

A notícia saiu na revista Época, em reportagem intitulada “Ernesto Araújo nomeia especialista em filósofo fascista para banca examinadora do Itamaraty,” que disse:

César Alberto Ranquetat Júnior foi nomeado pelo chanceler para o posto na sexta-feira 19 [2020].

Ranquetat é considerado o maior especialista em Evola no Brasil.

Em 2014, disse Ranquetat em uma conferência em homenagem a Evola, na Argentina:

“Fiquei encantado com o pensamento evoliano, principalmente pela coragem e audácia de Evola. É um autor de uma coerência, retidão e clareza inigualáveis,” e acrescentou:

“A ideia de realizar encontros evolianos no Brasil, modéstia à parte, surgiu da minha pessoa. Minha ideia era que o pensamento de Evola se expandisse, se difundisse de maneira mais significativa em setores políticos, mundo da cultura, etc.”

Em nota, Ranquetat negou que tenha sido escolhido por gostar de Evola. Ele disse que foi escolhido por suas credenciais como pesquisador profissional.

Contudo, ele não negou ter feito as declarações elogiosas a Evola, inclusive que ele teve a ideia de realizar encontros de Evola no Brasil e de ajudar a expandir as ideias de Evola no Brasil. E nem dava para negar. Uma breve pesquisa que fiz no Google revela o envolvimento de Ranquetat com no nome e eventos de Evola.

Achar que a devoção de Evola nas ideias de Ranquetat não vai interferir na hora de examinar e aprovar novos diplomatas do Brasil é uma ilusão.

E achar que Ranquetat é um pioneiro trazendo Julius Evola para dentro do Itamaraty, que é a diplomacia brasileira, é outra ilusão.

O Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já elogiou, em artigo publicado em revista diplomática, Julius Evola, Steve Bannon e Olavo de Carvalho — todos eles membros da Escola Tradicionalista, uma seita ocultista que abriga de forma especial fascistas esotéricos.

A vasta maioria dos brasileiros não conhece Evola. Mas não é difícil entendê-lo: Há importantes paralelos entre Evola e Olavo de Carvalho, e ambos são publicamente admirados por Ernesto Araújo.

Pode ser pura coincidência que Ranquetat, um admirador de Evola, tenha sido escolhido por Araújo, outro admirador de Evola.

Como escritor evangélico, estou muitíssimo preocupado. Os evangélicos brasileiros elegeram o governo do Presidente Jair Bolsonaro não para se tornar uma plataforma de Evola, Bannon, Carvalho e outros membros ocultistas da Escola Tradicionalista. Eles elegeram o governo Bolsonaro para se opor à agenda de aborto, socialismo e homossexualidade.

Nunca foi a vontade dos evangélicos tirar a esquerda para, em seu lugar, colocar ocultistas admiradores de Evola.

Evola nada mais foi do que um Steve Bannon italiano ou Olavo de Carvalho italiano.

O que fazer com os membros da Escola Tradicionalista? O melhor exemplo vem do Presidente Donald Trump. Por algum tempo, Trump foi enganado por um membro da Escola Tradicionalista — Steve Bannon. Mas depois que Trump viu, e declarou, que Bannon não passava de um traidor e oportunista, Bannon foi expulso da Casa Branca. Você pode ler aqui a carta humilhante que Trump dirigiu a Bannon.

O governo Bolsonaro precisa urgentemente imitar Trump e expulsar todos os membros da Escola Tradicionalista.

Versão em inglês deste artigo: Advocate of occultist Julius Evola was chosen as an examiner to approve new diplomats from Brazil

Fonte: www.juliosevero.com

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Olavista compara Bolsonaro com Jesus Cristo depois que Bolsonaro deu a Olavo de Carvalho a condecoração mais elevada do governo brasileiro

Julio Severo

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores indicado por Olavo de Carvalho, parece ter ficado tão emocionado com uma condecoração que o Presidente Jair Bolsonaro deu ao seu “mestre” que apenas três dias depois da homenagem, numa cerimônia do Instituto Rio Branco, ele chorou em seu discurso ao comparar Bolsonaro com Jesus Cristo. Ele disse:

“A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular do edifício. A pedra que a imprensa rejeitou e que os intelectuais rejeitaram; que os artistas rejeitaram e que os autoproclamados especialistas rejeitaram, ela tornou-se a pedra angular do edifício, o edifício do novo Brasil.”

A declaração de Ernesto, embora adaptada, é uma referência à passagem da Bíblia em Atos 11:4, que diz: “Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular.”

Já que Bolsonaro permitiu que o olavista Ernesto elevasse seu “mestre” Olavo às maiores alturas governamentais, em gratidão profunda Ernesto elevou Bolsonaro às mais elevadas alturas celestiais.

Enquanto Carvalho, reconhecido como Rasputin de Bolsonaro, xinga os militares e outros membros do governo sem parar, eis que Bolsonaro o agraciou com a mais elevada condecoração do governo brasileiro: o grau Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco.

Pelo nome de aparência maçônica, Carvalho nunca rejeitaria tal homenagem, que soa tão esotérica quanto ele.

Os militares, que já estavam aborrecidos com os xingamentos de Carvalho, ficaram ainda mais descontentes ao verem o xingador sendo premiado pelo homem que devia defender seu governo e as Forças Armadas e condenar diretamente o xingador.

Várias são as explicações para a condecoração. Uma delas é que a intenção do presidente foi tentar “apaziguar” a briga entre olavistas e militares dentro do governo. De nada adiantou. Carvalho, que é um imigrante autoexilado nos EUA há mais de 13 anos, continuou xingando os militares como se nada tivesse acontecido. Em 4 de maio de 2019, quatro dias depois de receber a condecoração, Carvalho disse que o General Carlos Alberto dos “Santos Cruz é apenas uma bosta engomada.” Outros militares também foram xingados de qualificativos não menos sujos.

Entre suas ações honrosas, o General Santos Cruz, que é hoje Ministro-Chefe da Secretaria de Governo, combateu grupos terroristas islâmicos entre a República do Congo e Uganda. Talvez, já tendo participado de grupos ocultistas islâmicos e ganho prêmio da ditadura islâmica da Arábia Saudita por uma biografia de Maomé que ele escreveu, Carvalho, que já decorou o Corão em árabe, se sentiu ofendido com as ações militares de Santos Cruz contra muçulmanos.

Pode ser que a revolta e xingamentos de Carvalho contra os militares sejam porque durante o governo militar, que prendia indivíduos envolvidos em subversão comunista, ele e sua atual esposa foram presos. Embora os registros da prisão de Carvalho contenham a informação de que ele estava envolvido em atividades sexuais imorais numa tariqa islâmica, fontes ligadas aos militares informam que todas as outras informações sobre ele desapareceram misteriosamente.

Outra explicação vem dos olavistas, que dizem que a homenagem dada por Bolsonaro é um “reconhecimento à contribuição singular que o Olavo deu para a criação do movimento conservador, que tornou possível o declínio da esquerda e a própria vitória dele (Bolsonaro).” Bolsonaro teria então dado a condecoração máxima para mostrar aos olavistas dentro do governo que o guru deles tem prestígio máximo do presidente.

No entanto, a visão olavista que retrata Carvalho como “salvador” vai contra a realidade. J.R. Guzzo, jornalista da revista Veja, disse em um tuíte de 13 de janeiro de 2019:

“O fato puro, simples e sem enfeites, é o seguinte: os evangélicos são hoje a maior força anti-esquerda do Brasil. São mais fortes, mais numerosos e mais ativos que as três Forças Armadas juntas. Nunca houve isso. A esquerda não tem a menor ideia de como ganhar essa parada.”

Ao ser perguntado por jornalistas sobre suas razões para condecorar seu Rasputin, Bolsonaro se esquivou dizendo: “Quando eu assinei a relação, eu não vi quem era de esquerda ou de direita. Se bem que houve um filtro do Itamaraty e não vetamos nenhum nome. Passou pelo filtro e eu não vetei ninguém.”

O principal filtro do Itamaraty, que é o ministério das Relações Exteriores, é seu diretor, Ernesto Araújo, olavista que é tão dedicado nos estudos do Rasputin que absorveu uma das maiores referências literárias recomendadas por ele: o ocultista islâmico René Guénon, que fundou a Escola Tradicionalista para combater o marxismo. O maior discípulo de Guénon foi Julius Evola, que assessorou o fascismo italiano e o nazismo alemão. Tanto Guénon quanto Evola são citados de forma positiva por Araújo como base de seu “conservadorismo.”

Deixar então nas mãos de Araújo a decisão de aprovar o nome de Carvalho na condecoração mais elevada do governo brasileiro é a mesma coisa que deixar nas mãos de um petista a decisão de aprovar o nome de Lula. O resultado é o mesmo. Guiados pelo fanatismo ideológico, os adeptos elevam seus mestres às alturas.

Além de Carvalho, 35 pessoas que ocupam cargos governamentais elevados receberam a distinção de Grã-Cruz. Mas chamou a atenção que Carvalho foi o único a não atender aos critérios que constam do mesmo regulamento citado pelo Itamaraty. Segundo a norma, podem ser agraciados com esse título no quadro suplementar da Ordem o presidente da República, o vice, os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, além de ministros de Estado, governadores, almirantes, marechais, generais, tenentes-brigadeiros, embaixadores estrangeiros e outras personalidades de hierarquia equivalente.

Talvez, sem que ninguém saiba, Carvalho já ocupe um cargo na condição secreta que ele mais gosta: na condição esotérica e ocultista. Essa é a mesma condição do Rasputin original, que influenciou negativamente o czar conservador e direitista da Rússia que, de tão cego de paixão por seu “conselheiro,” acabou deixando seu governo fraco para as investidas dos comunistas.

Líder do partido de Bolsonaro na Câmara, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) mostrou também descontentamento com a condecoração para agradar aos olavistas no governo. Ele disse sobre Carvalho: “Pra mim é um louco varrido, um macumbeiro, feiticeiro, um astrólogo. É tudo isso. Uma pessoa que ataca o meu partido ataca os meus parlamentares, ataca o meu governo, tendo indicado dois ministros? Então fecha a boca.”

Além da homenagem polêmica a Carvalho, Bolsonaro também condecorou dois de seus filhos com a Ordem do Rio Branco.

Foi um choque ver os filhos de Bolsonaro também sendo homenageados. Mas paixão de pai por filhos é às vezes invencível. Contudo, o que explicar a homenagem a Carvalho, que não atendeu aos critérios legítimos da condecoração?

Bolsonaro diz que admira o Presidente Donald Trump dos Estados Unidos, mas essa admiração parece não ir muito longe. Trump não se apaixonou por Steve Bannon, adepto de Guénon. Em vez de condecorações, Trump o chamou de oportunista e o expulsou da Casa Branca. Hoje, Bannon é persona non grata no governo americano.

Em contraste, Bolsonaro se apaixonou por Olavo de Carvalho, também adepto de Guénon. Em vez de chamá-lo de oportunista e expulsar a influência dele do governo, Bolsonaro o condecorou com a ordem máxima, só dada a homens em cargos elevados. Mas paixão é paixão: Faz o impossível pelo amado.

Hoje, Bannon e Carvalho são amigos e aliados. A diferença é que enquanto Bannon — o “Olavo americano” — tem o total desprezo de Trump, Olavo — o “Bannon brasileiro” — tem a total paixão de Bolsonaro, que prefere ficar em silêncio vergonhoso enquanto seu Rasputin xinga vários membros de seu governo.

O Rasputin xinga também os evangélicos, que foram a principal base de apoio eleitoral de Bolsonaro. Quando Eduardo Bolsonaro deslumbradamente disse que “sem Olavo, não haveria a eleição de Jair Bolsonaro,” o televangelista Silas Malafaia, o líder evangélico mais importante do Brasil, disse que tal afirmação é simplesmente ridícula.

Malafaia acrescentou: “Se dependesse de Olavo de Carvalho nem para vereador Bolsonaro conseguiria vencer. No voto para presidente, Bolsonaro teve dos evangélicos mais de 11 milhões de votos em relação ao que Haddad recebeu dos evangélicos.”

Nem eu, como escritor evangélico com histórico de décadas de luta pró-vida, tenho escapado dos xingamentos e ameaças de Carvalho, que se sente tão próximo de Bolsonaro que pediu publicamente para que a Polícia Federal me investigue sob a alegação de que minhas denúncias contra ele envolvendo a Inquisição e ocultismo são conluios pagos pelo governo russo que ameaçam segurança nacional.

Sem xingamentos e ameaças aos evangélicos, Steve Bannon foi chamado de oportunista, traidor e enxotado da Casa Branca, imagine então se o “Olavo americano” tivesse xingado os evangélicos americanos, que foram a principal base eleitoral de Trump!

Se os evangélicos foram fundamentais para a eleição de Trump, o que eles foram para Bolsonaro? De acordo com declaração gravada de Bolsonaro em março para a Rede de Televisão Cristã dos EUA, cujo dono é Pat Robertson, “os evangélicos foram fundamentais para a minha eleição.”

Por que então, em vez de chamar Carvalho de oportunista, traidor e enxotar a influência dele do governo — imitando assim a nobre atitude de Trump —, Bolsonaro premiou o oportunista que xinga militares, evangélicos e todos os que apoiaram a eleição dele? Por que incentivar um narcisista megalomaníaco mentiroso que quer a todo custo avançar o culto de sua personalidade?

Votei em Bolsonaro, mas prefiro ficar do lado de Trump no que se refere a dar aos adeptos de Guénon o que eles merecem. Dá para ficar do lado de Bolsonaro nessa paixão louca pelo Rasputin?

Foi essa mesma paixão louca que levou Ernesto Araújo a chamar Bolsonaro de “pedra angular” — título bíblico dado exclusivamente a Jesus Cristo.

Ao que tudo indica, Ernesto fez com Bolsonaro o que ele fez com Trump. Num artigo diplomático, ele louvou Trump como um modo estratégico de louvar a revolução guenoniana de Steve Bannon no governo Trump. Pode ser que o louvor dele a Bolsonaro seja um modo estratégico de louvar a revolução guenoniana de Olavo de Carvalho no governo de Bolsonaro.

Entretanto, a diferença é óbvia. Enquanto Bannon não tem nenhum espaço no governo Trump, Carvalho tem indicado seus adeptos para o governo Bolsonaro. Ele indicou o ministro das Relações Exteriores. Ele indicou o ministro da Educação anterior, que detestava Trump e amava Hillary Clinton. Ele indicou o atual ministro da Educação, que detesta e ama o socialismo ao mesmo tempo! Se há uma revolução guenoniana no governo brasileiro — cheia de confusões e caos —, não dá para dizer a mesma coisa do governo americano.

Tudo o que Bannon queria de Trump, e Trump nunca deu, Bolsonaro deu para Carvalho.

Se Bolsonaro está sendo usado por Carvalho e Bannon como “pedra angular” da revolução guenoniana no Brasil, não dá para dizer que eles conseguiram usar Trump como “pedra angular” da revolução guenoniana nos EUA.

Cristãos nunca comparam homens a quem eles admiram com Jesus Cristo. Eles nunca chamam meros homens mortais de “pedra angular,” messias ou salvador. Nunca.

Mas ocultistas, mesmo quando se consideram cristãos nominais, fazem isso e muito mais. Todo ocultista deturpa a Bíblia.

O resultado da ação ocultista de guenonianos foi que Bolsonaro recebeu uma homenagem que nenhum homem merece depois que ele deu ao Rasputin, por pura bajulação e paixão ideológica, uma homenagem que nenhum brasileiro sem cargo elevado merece.

Contudo, nesta altura, se Bolsonaro revogar a condecoração imerecida, olavistas não vão mais compará-lo com Jesus Cristo. Vão compará-lo com Satanás.

Seja como for, comparar homens com o Deus Jesus Cristo é uma porta aberta para Satanás trabalhar. Mas a especialidade de ocultistas não é exatamente essa, abrir portas para Satanás?

Até quando os olavistas vão comparar Bolsonaro com Jesus? Sabe-se que eles veem seu Rasputin como o “salvador do Brasil.” Mais cedo ou mais tarde, haverá um conflito de egos ou ideologias entre o “salvador do Brasil” e a “pedra angular.”

Com informações da revista Época e GospelPrime.

Versão em inglês deste artigo: Olavist Compares Brazilian President Bolsonaro with Jesus Christ after Bolsonaro Gave Olavo de Carvalho the Highest Award of the Brazilian Government

Fonte: www.juliosevero.com

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Julio Severo

O ministro das Relações Exteriores do Brasil provocou uma polêmica nacional quando definiu o nazismo como um movimento de esquerda. A polêmica ganhou manchete internacional, especialmente em Israel, quando o presidente Jair Bolsonaro, depois de visitar o Museu do Holocausto em Jerusalém, concordou com seu ministro, apesar do museu judaico, um memorial aos 6 milhões de judeus assassinados pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, dizer claramente que o nazismo era um movimento de direita.

Ao igualar o nazismo e o socialismo, Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores do Brasil, descartou elementos de direita no nazismo. Ele ignorou que os judeus, que foram as principais vítimas de Hitler, veem o nazismo como de direita. E, especialmente, ele descartou as principais influências sobre seu próprio “conservadorismo” — que ele chama de tradicionalismo. Você pode ler mais aqui: Política externa brasileira: do marxismo ao ocultismo.

Araújo não tem vergonha de admitir que a principal fonte de seu tradicionalismo é o ocultista islâmico René Guénon e seu mais proeminente discípulo, Julius Evola, um famoso filósofo italiano. Ele foi influenciado por esses dois esoteristas através de Olavo de Carvalho, que durante décadas vem promovendo Guénon no Brasil. Araújo é adepto de Carvalho, Guénon e Evola.

Entretanto, quando Araújo diz que o nazismo era um movimento de esquerda, mas usa Evola como sua referência “conservadora,” ele trava uma guerra contra o bom senso e abraça a contradição, porque Evola elogiou e assessorou os nazistas. Além disso, o próprio Carvalho, que é tratado como um mestre por Araújo, reconheceu: “O nazismo tem elementos ideológicos de esquerda e de direita.”

Guénon era antimarxista, assim como seu discípulo Evola. Então, como definir o nazismo socialista se seu nome é “nacional” e era aconselhado pelo antimarxista Evola? O nazismo perseguiu a famosa Escola de Frankfurt, que formou a atual mentalidade de esquerda na maioria das universidades ocidentais. Mas a pergunta que Araújo e outros fazem é: Como não definir o nazismo como um movimento de esquerda se seu nome tem “socialismo”? Isso é uma contradição. Mas o ocultismo não está repleto de contradições, confusão e caos?

Quando você vê a palavra nacionalismo, você imagina o lema de Trump “Faça a América Grande de Novo.” Em contraste, quando você vê a palavra socialismo, você apenas imagina o socialismo.

Como fazer sentido a partir da aparente contradição no “Nacional Socialismo,” que era o principal lema do nazismo?

A razão é que o nazismo foi o exemplo mais bem-sucedido de ocultistas usando imagens e elementos de direita e de esquerda para promover uma revolução ocultista.

Então, se você acredita que o nazismo era de esquerda, você está certo. E se você disser que o nazismo era de direita, você também está certo. Mas você perderia o foco da questão principal se tentasse definir o nazismo como exclusivamente de esquerda ou de direita, porque esses rótulos ideológicos eram apenas ferramentas nas mãos dos ocultistas.

Em seu livro “Hitler’s Cross: How the Cross of Christ was used to promote the Nazi agenda” (A Cruz de Hitler: Como a Cruz de Cristo foi usada para promover a agenda nazista, Moody Publishers, 1995), o Rev. Erwin W. Lutzer disse que o nazismo era um movimento ocultista que usava propaganda antimarxista.

Adolf Hitler era um ocultista. Portanto, não é de admirar que ele tivesse as ideias de Evola e outros ocultistas em seu governo. Mas como não ver que, se as ideias de Evola está guiando a atual política externa brasileira, o conservadorismo está sendo usado novamente para explorar conservadores?

Conecte os pontos e você verá o ocultismo novamente usando rótulos ideológicos para se promover. Em uma conferência no Vaticano em 2014, Steve Bannon, que foi expulso por Trump da Casa Branca por oportunismo, elogiou Guénon e Evola. Bannon está liderando um movimento nacionalista e tradicionalista. Leia meu artigo: O movimento ocultista de Steve Bannon, Brasil e evangélicos conservadores.

Bannon também está ligado a Carvalho (leia meu artigo: Steve Bannon e Olavo de Carvalho juntos: dois ocultistas promovendo um “conservadorismo” ocultista), que está ligado a Araújo.

Conecte os pontos e você verá os ocultistas novamente buscando o controle de movimentos e governos conservadores.

Em seu comentário sobre nazismo e socialismo, Araújo disse:

“É uma coisa que eu falo muito e é muito uma tendência da esquerda. Ela pega uma coisa boa, sequestra e perverte, transforma em uma coisa ruim. Acho que é mais ou menos o que aconteceu sempre com esses regimes totalitários. Por isso que eu digo também que… fascismo e nazismo são fenômenos de esquerda.”

Mas no nazismo, os rótulos ideológicos são eclipsados por interesses ocultistas. Teria sido mais útil se Araújo tivesse confessado:

“É uma coisa que eu falo muito (quando cito Guénon e Evola) e é muito uma tendência do ocultismo. Ele pega uma coisa boa, sequestra e perverte, transforma em uma coisa ruim. Acho que é mais ou menos o que aconteceu sempre com esses regimes totalitários. Por isso que eu digo também que… fascismo e nazismo são fenômenos do ocultismo.”

Se ele tivesse feito tal comentário, ele teria acertado. Evola foi o autor de manuais de direita, inclusive o “Manual para Jovens Direitistas.” Ele também foi o autor de vários livros ocultistas, inclusive “Introdução à Magia: Rituais e Técnicas Práticas para os Bruxos.”

Como podem Bannon e Araújo conciliar seu nacionalismo ou conservadorismo com um bruxo? Da mesma forma que Evola conciliou a retórica de direita com a feitiçaria.

Se os direitistas achavam que apenas os esquerdistas podiam ser enganados por ocultistas, a má notícia é que eles também estão sendo feitos de bobos. E esta não é a primeira vez.

Ocultistas, inclusive Evola, ajudaram a desenvolver o nazismo usando rótulos nacionalistas e socialistas para enganar conservadores e socialistas. Depois que seu esquema resultou em destruição, o público, sem entender a natureza ocultista do nazismo, foi largado para lutar por rótulos de direita e de esquerda.

Na discussão sobre o nazismo, o público é incitado a tratar apenas os rótulos de direita e de esquerda e evitar o elemento ocultista dos bastidores. Mas é exatamente a natureza ocultista que faz sentido em tudo sobre o nazismo.

A ausência de Jesus Cristo em sua vida levou Araújo a ser atraído pelo tradicionalismo de Guénon e Evola, através de Carvalho. A mesma atração aconteceu em Carvalho e Bannon: ambos foram atraídos pelo tradicionalismo através de Guénon e Evola.

O nazismo era ocultismo e o guenoniano Evola era parte dele, assim como Evola e Guénon fazem parte do tradicionalismo de Araújo.

É muito trágico o quanto os católicos são propensos ao ocultismo em suas diversas formas e disfarces. Guénon, Evola, Bannon, Carvalho e Araújo todos têm em comum uma conexão com um catolicismo nominal e sem poder. Aliás, até mesmo Hitler era um católico nominal.

Trump identificou Bannon como um oportunista, porque ele se gabou de que ele, não os evangélicos conservadores, colocaram Trump na Casa Branca. Da mesma forma, os guenonianos brasileiros, especialmente Carvalho, pensam que eles, não os evangélicos conservadores, colocaram Jair Bolsonaro na presidência do Brasil. Guenonianos são por sua própria natureza espiritual oportunistas.

Se Trump não tivesse expulsado Bannon, sua revolução ocultista (uma falsa revolução conservadora) teria avançado às custas da base evangélica conservadora de Trump. Pelo fato de que Carvalho e sua influência não foram expulsos do governo Bolsonaro, sua revolução está avançando, às custas da base evangélica conservadora de Bolsonaro.

Fui atraído pela primeira vez ao conservadorismo no final da década de 1970 e 1980, através de Pat Robertson, Rex Humbard e seus programas de TV no Brasil. Esse conservadorismo não tem nada a ver com ocultismo e tem tudo a ver com a Bíblia. Aliás, esse conservadorismo evangélico nos dá a capacidade, pelo nome de Jesus, de expulsar demônios — e o tradicionalismo de Guénon e Evola está cheio de demônios.

O conservadorismo de Pat Robertson, Rex Humbard e outros televangelistas americanos levou-me à Bíblia. O tradicionalismo de Guénon e Evola leva as vítimas a Satanás e sua propaganda enganosa.

Que Deus liberte Araújo e o Brasil dessa propaganda perigosa.

Versão em inglês deste artigo: Nazism: Nationalism and Socialism at the Service of Occultism

Fonte: www.juliosevero.com

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Julio Severo

Houve uma grande controvérsia sobre o nazismo e o socialismo na recente visita do presidente brasileiro a Israel, e deixarei que os próprios israelenses falem o que pensam. Numa reportagem intitulada “Presidente do Brasil diz que nazistas eram esquerdistas depois de visita ao Yad Vashem,” o Jerusalem Post, um importante jornal israelense, disse:

O presidente Jair Bolsonaro do Brasil disse que o nazismo era um movimento esquerdista depois de sua visita ao memorial do Holocausto Yad Vashem em Jerusalém.

O líder da extrema direita foi perguntado na terça-feira durante sua visita a Israel se ele concordava com a afirmação de seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de que os nazistas eram esquerdistas.

“Não há dúvida, certo?” Bolsonaro respondeu, de acordo com a Reuters.

É amplamente aceito que o nazismo era um movimento de extrema direita. O site do Yad Vashem diz que uma série de fatores, inclusive a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, “criou um solo fértil para o crescimento de grupos radicais de direita na Alemanha, produzindo uma grande quantidade de entidades como o Partido Nazista.”

A Agência Telegráfica Judaica confirmou que a visita de Bolsonaro ao Museu do Holocausto foi obscurecida por um comentário polêmico de seu “ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que afirmou em um post de blog que o nazismo era um movimento de esquerda. O site do Yad Vashem diz que o nazismo era um produto de ‘grupos radicais de direita na Alemanha.’”

O Yad Vashem documenta o Holocausto e é um memorial aos 6 milhões de judeus assassinados pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Apesar do comentário de Araújo contradizendo diretamente as informações no site do museu, Bolsonaro ficou do lado dele.

No entanto, o Museu do Holocausto não é a única instituição judaica que retrata Hitler como um direitista. A Biblioteca Virtual Judaica diz:

… Hitler faria um dos seus discursos agitados que estimulavam seus apoiadores a executar atos de violência contra os judeus e contra os inimigos políticos esquerdistas dele. Pelo fato de que essa violência era muitas vezes dirigida contra socialistas e comunistas, o governo direitista local da Bavária não adotava nenhuma ação contra o Partido Nazista.

Hitler acreditava que os judeus estavam envolvidos com comunistas numa conspiração conjunta para tomar o mundo. Como Henry Ford, Hitler afirmava que 75% de todos os comunistas eram judeus. Hitler argumentava que a combinação de judeus e marxistas já havia sido bem-sucedida na Rússia e agora ameaçava o resto da Europa. Ele argumentava que a revolução comunista era um ato de vingança que tentava disfarçar a inferioridade dos judeus.

Se os judeus, que entendem o nazismo como suas vítimas diretas, dizem que o nazismo era de direita, quem somos nós para contradizê-los? Ainda assim, perguntado por repórteres se concordou com Araújo, Bolsonaro disse: “Não há dúvida, certo?”

Ele explicou que o nome do partido nazista era Partido Nacional Socialista da Alemanha, que inclui a palavra “socialista.” O nome oficial era o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

A noção de Araújo, abraçada por Bolsonaro, é que o “Nacional Socialismo” era um movimento de esquerda porque inclui a palavra “socialismo.” O cientista político Kai Michael Kenkel disse que essa conexão entre nazistas e socialismo é semelhante a dizer que a República Democrática da Alemanha Oriental e a República Democrática Popular da Coréia eram de fato democracias.

A mesma controvérsia estava presente na campanha de Bolsonaro em 2018, quando seus seguidores disseram que o nazismo era uma ideologia de esquerda. A Embaixada Alemã no Brasil interveio na controvérsia. Em entrevista ao jornal “O Globo,” o embaixador alemão no Brasil, Georg Witschel, disse que é “uma besteira completa” dizer que o nazismo era um movimento político de esquerda. O diplomata disse que há consenso entre os historiadores alemães e mundiais de que Hitler estava liderando um movimento político de direita.

A Embaixada da Alemanha no Brasil postou um vídeo explicando a cultura da memória do Holocausto na Alemanha. O vídeo dizia que os alemães “não escondem o seu passado,” acrescentando que “desde tenra idade eles são ensinados a confrontar os horrores do Holocausto.” O post recebeu cerca de 776.000 visualizações na página de Facebook da embaixada, sem mencionar um número de comentários contenciosos.

Segundo a Deutsche Welle, a emissora oficial do governo alemão, o vídeo sofreu reação de inesperada hostilidade de muitos brasileiros. Alguns insistiram em que Adolf Hitler defendia uma ideologia de esquerda, outros buscaram negar o Holocausto.

Muitos desses brasileiros ficaram enfurecidos com a afirmação de que o partido nazista era um movimento de direita, apontando para seu nome oficial, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, como prova de que era esquerdista.

Outros que comentaram questionaram a validade do Holocausto, onde 6 milhões de judeus perderam suas vidas. Negadores brasileiros do Holocausto foram ao post para rotular o Holocausto de “holofraude,” o que levou a embaixada alemã a responder.

“O Holocausto é um fato histórico, com provas e testemunhos que podem ser encontrados em muitas partes da Europa,” escreveu a embaixada em resposta a um post.

A Deutsche Welle acrescentou que “Outro argumento explora as políticas econômicas estatistas do regime nazista, mas isso também era uma prática padrão de regimes de direita, como a Espanha sob Franco e a ditadura militar do Brasil de 1964 a 1985.”

Há uma grande controvérsia quando o presidente brasileiro e seu ministro das Relações Exteriores disseram que o nazismo era de esquerda, mas o Yad Vashem, a Biblioteca Virtual Judaica e a Embaixada Alemã no Brasil disseram que o nazismo era de direita. Como compreender essa controvérsia?

Eu gosto da perspectiva do Rev. Erwin W. Lutzer, que em seu livro Hitler’s Cross: How the Cross of Christ was used to promote the Nazi agenda” A Cruz de Hitler: Como a Cruz de Cristo foi usada para promover a agenda nazista, Moody Publishers, 1995), disse que o nazismo era um movimento ocultista que usava propaganda antimarxista.

Nesse sentido, tudo faz sentido. Por exemplo, Ernesto Araújo escreveu um artigo diplomático elogiando o “tradicionalismo” (conservadorismo). Ele disse: “Para tentar entender Trump, convém ler o mestre tradicionalista René Guénon, importante influência de Steve Bannon, ex‑estrategista‑chefe da Casa Branca e ainda central no movimento que levou Trump à presidência.”

Para Araújo, todos os aspectos conservadores do governo Trump foram uma influência direta de Bannon, que foi influenciado pelo ocultista islâmico Guénon. Para ele, louvar o governo Trump é elogiar Bannon e Guénon. Obviamente, ele está errado, porque os aspectos conservadores do governo Trump são evangélicos, não guenonianos.

Assim, Araújo tentou creditar o conservadorismo do governo Trump ao guenoniano Bannon.

O discípulo mais proeminente de Guénon foi Julius Evola, que assessorou o ditador fascista italiano Benito Mussolini e o nazismo.

Guénon e Evola são referências proeminentes no artigo diplomático de Araújo contra o marxismo e na defesa do “tradicionalismo.”

Então, se o nazismo era esquerdista, como defendido por Araújo, por que ele tinha um ocultista antimarxista proeminente como seu conselheiro?

Ocultistas provocam confusões e caos onde quer que estejam.

Araújo é um adepto do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, um proeminente adepto de Guénon. Até mesmo Bolsonaro tem feito propaganda de Carvalho como o maior direitista brasileiro, apesar de Carvalho ter dito que não é esquerdista nem direitista.

Daria para rotular Carvalho de esquerdista, porque muitos de seus métodos são claramente de esquerda. Ele xinga seus críticos em uma abordagem que ele mesmo admite ter sido usada primeiramente por Lenin. Ele também acusa outros do que ele faz. Ele mente como um genuíno comunista. Dizer que a Inquisição foi um mito criado por judeus e protestantes e que fumar não faz mal são duas de suas muitas mentiras.

Outro lado controvertido de Carvalho é que ele é conhecido por suas diatribes anti-evangélicas, mas ele escolheu auto-exílio como um imigrante brasileiro na maior nação evangélica do mundo. Não é diferente da hipocrisia dos socialistas brasileiros que criticam o capitalismo dos EUA, mas escolhem imigrar para os EUA.

Araújo tornou-se adepto de Guénon e Evola como influência direta de Carvalho, que durante décadas promoveu e recomendou Guénon, ainda que depois de eu ter exposto Guénon como ocultista, Carvalho fingiu rejeitá-lo.

O tradicionalismo ou antimarxismo de Araújo não se baseia em princípios cristãos. É baseado em Guénon. E o nazismo e o fascismo foram aconselhados por Evola, um ocultista antimarxista que foi discípulo de Guénon.

Se o nazismo era de esquerda, segue-se que Evola também era, que Guénon também era, e que Carvalho e Araújo também são.

O que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro pode ganhar sendo aconselhado por Araújo e Carvalho, cujo antimarxismo não é baseado no Cristianismo, mas em Guénon?

Louvo Bolsonaro por sua visita a Israel. Tenho orado por muitos anos para o Brasil se alinhar com Israel. Essa é a razão pela qual eu e milhões de evangélicos brasileiros votamos nele. Israel e os evangélicos têm tudo a ver um com o outro. Essa é a razão pela qual o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em sua visita de janeiro ao Brasil: “Não temos melhores amigos no mundo do que a comunidade evangélica, e a comunidade evangélica não tem melhor amigo no mundo do que o Estado de Israel.”

Apesar de os evangélicos terem votado em grande parte em Bolsonaro, ele deixou Carvalho influenciá-lo. Em sua próxima visita a Israel, Bolsonaro dirá que a Inquisição era um “mito” para agradar a seu conselheiro guenoniano?

O que Carvalho tem a ver com Israel? Ele é o mais proeminente defensor da Inquisição no Brasil. Ele defende seu revisionismo da mesma forma que os negadores do Holocausto defendem o revisionismo. Tanto a Inquisição quanto o Holocausto torturaram e mataram os judeus.

Ao aceitar assessores guenonianos, Bolsonaro colocou a si mesmo e ao Brasil em perigo. A tendência direitista brasileira de defender a Inquisição não tem nada a ver com os evangélicos conservadores que elegeram Bolsonaro. Essa é a razão pela qual tenho liderado o esforço evangélico para expor essa tendência.

Se o governo Bolsonaro terminar em desastre, não se poderá culpar os eleitores evangélicos. Mas temo que os futuros historiadores culparão os evangélicos, que amam Israel, e esquecerão Carvalho, que ama a Inquisição.

Afinal, quantos historiadores hoje lembram que o nazismo e o fascismo eram influenciados pelo guenoniano antimarxista Evola? Quantos historiadores do futuro se lembrarão de que Bolsonaro foi influenciado pelo guenoniano antimarxista Carvalho?

Ao ver a palavra “socialismo” no nazismo, e ver os direitistas brasileiros rotularem o socialismo de nazista, eu também acreditei nisso no passado. Mas quando vi mais tarde os mesmos direitistas brasileiros defenderem vigorosamente a Inquisição, comecei a perguntar: O que há por trás desse movimento? A resposta que encontrei: Ocultismo.

O ocultismo e o antimarxismo são uma combinação estranha, mas já foi usada antes — por René Guénon.

O ocultismo sempre provoca confusão e caos. O mesmo ocultismo que estava por trás do nazismo está hoje por atrás de Carvalho, Araújo e outros guenonianos que sequestraram o governo Bolsonaro. Eles amam a Inquisição e são oportunistas no governo Bolsonaro. Eu uso a palavra “oportunista” porque foi esse termo que Trump usou contra Bannon quando o demitiu.

Nós evangélicos amamos Israel e odiamos a Inquisição, o Holocausto, o ocultismo e o marxismo. Nós votamos em Bolsonaro para ele apoiar Israel e transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, não para ele engrandecer os guenonianos novamente.

Desde Evola com Mussolini, esta é a primeira vez que os guenonianos têm a chance de influenciar um governo novamente.

Os evangélicos, que amam Israel, precisam orar e vigiar, porque o ocultismo “tradicionalista” antimarxista está se aproveitando novamente dos conservadores desavisados. Talvez Bolsonaro seja uma de suas vítimas, mas certamente ele tem sido seu principal facilitador no Brasil.

Com informações dos jornais Jerusalem Post, Jewish Telegraphic Agency, Deutsche Welle, Yad Vashem, Reuters, New York Times e Globo.

Versão em inglês deste artigo: Brazilian President Jair Bolsonaro said that Nazism was a left-wing movement after he visited the Holocaust Museum in Jerusalem. But the museum, which is a memorial of the Jewish victims of Nazism, says that Nazism was a right-wing movement. What about now?

Fonte: www.juliosevero.com

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Ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro diz que governo terá “postura firme e clara” contra as ditaduras da Venezuela, Cuba e Nicarágua. Tal postura valerá também contra a ditadura islâmica da Arábia Saudita?

Julio Severo

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, disse em sua conta de Twitter em 23 de dezembro de 2018:

“A posse do PR Bolsonaro marcará o início de um governo com postura firme e clara na defesa da liberdade. Com esse propósito e frente às violações do regime Ortega contra a liberdade do povo da Nicarágua, nenhum representante desse regime será recebido no evento do dia 1°.”

Representantes da Venezuela e Cuba também foram desconvidados para a posse de Bolsonaro, pelos mesmos motivos: falta de liberdade, abusos de direitos humanos, caráter governamental ditatorial.

Concordo com tal “postura firme e clara.” Só não ficou claro se tal postura é seletiva ou imparcial. Vi o ministro desconvidar Venezuela, Cuba e Nicarágua, mas não o vi usando os mesmos termos com a Arábia Saudita. Por isso, não resisti lhe perguntar via Twitter:

“Concordo, mas quero só ver o que vc vai fazer com a ditadura islâmica da Arábia Saudita, que comete abusos de direitos humanos, mas tem dinheiro de sobra para esfregar no nariz de quem ousar confrontar seus crimes. Os sauditas foram desconvidados da posse de Bolsonaro?”

Ele não respondeu. Mas uma usuária de Twitter com pouco mais de 100 seguidores tentou defender uma suposta isenção da Arábia Saudita dizendo:

“Nesse caso nem os EUA ou Europa tem cacife para peitar o bilionário Príncipe da Arábia, imagina o Brasil kkkkk.”

Foi fácil responder à usuária (ou troll). Eu disse:

“O Canadá, que é economicamente menor que EUA e Europa, teve coragem suficiente para peitar a Arábia Saudita por abusos de direitos humanos. Se o Brasil tem coragem de peitar as ditaduras da Venezuela e Cuba, por que não a saudita? Veja: http://juliosevero.blogspot.com/2018/08/mais-corajoso-do-que-os-eua-canada.html

Apoio totalmente uma postura firme e clara do governo Bolsonaro contra ditaduras que violam direitos humanos. Mas tal postura será seletiva ou imparcial? Ou vai ser tudo cortina de fumaça?

Outra coisa que me preocupa é que o “tradicionalismo” de Ernesto Araújo, como ele mesmo admitiu, tem como base o ocultista islâmico René Guénon e Julius Evola. Guénon e Evola eram tão bruxos quanto antimarxistas. Evola, que era o maior discípulo de Guénon, era o conselheiro de Benito Mussolini, ditador fascista italiano aliado de Hitler e do nazismo.

Se esse “tradicionalismo,” que busca passar a lábia em conservadores cristãos, não fez nenhum bem para a política da Itália, como é que vai fazer para a política do Brasil?

Fonte: www.juliosevero.com

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Como entender o novo ministro das Relações Exteriores do Brasil Ernesto Araújo, sua fé guenoniana e sua má interpretação sobre as influências espirituais em Trump

Julio Severo

“Para tentar entender Trump, convém ler o mestre tradicionalista René Guénon, importante influência de Steve Bannon, ex‑estrategista‑chefe da Casa Branca e ainda central no movimento que levou Trump à presidência.” — Ernesto Araújo, novo ministro das Relações Exteriores do Brasil.

Depois de anos de socialismo na política externa brasileira, finalmente um diplomata brasileiro veio para atender às expectativas dos direitistas de reformá-la. Ele é Ernesto Henrique Fraga Araújo, de 51 anos, que, segundo a revista Bloomberg, é um “forte diplomata anticomunista e pró-cristão.”

Olavo de Carvalho e Ernesto Araújo

À primeira vista, a nomeação dele poderia ser interpretada como resultado de orações e da enorme onda conservadora que está varrendo o Brasil que acabou dando a presidência brasileira a Jair Bolsonaro. Essa onda é predominantemente evangélica, de acordo com reportagens dos EUA e de Israel.

Entretanto, uma olhada mais atenta revela que a nomeação dele não foi resposta às orações, e ele não está ligado à onda conservadora evangélica. O fato é que ele está ligado a um movimento ocultista que, usando um discurso tradicionalista e anticomunista, vem penetrando e parasitando a Igreja Católica.

Se não foi a enorme onda evangélica conservadora que levou Araújo ao Ministério das Relações Exteriores, quem o fez?

A pergunta importante agora é quais são as influências espirituais no homem que influenciará e mudará a política externa brasileira.

Uma manchete de 14 de novembro de 2018 no jornal Folha de S. Paulo diz: “Novo chanceler Ernesto Araújo foi indicado por Olavo de Carvalho.”

Eduardo Bolsonaro e Steve Bannon

Em sua página de Facebook, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, confirmou que “O nome do Embaixador Ernesto Araújo foi sugerido por Olavo de Carvalho.” Na verdade, Araújo era aluno de Carvalho.

Há três meses, Eduardo Bolsonaro se encontrou com Steve Bannon em Nova Iorque, dizendo em sua conta no Twitter que Bannon é “um entusiasta da campanha de Bolsonaro e estamos certamente em contato para unir força,” acrescentando que “temos a mesma cosmovisão.”

Eduardo Bolsonaro: Foi um prazer conhecer STEVE BANNON, estrategista da campanha presidencial de Donald Trump. Tivemos uma ótima conversa e temos a mesma cosmovisão. Ele disse ser um entusiasta da campanha de Bolsonaro e estamos certamente em contato para unir forças, especialmente contra o marxismo cultural.

Bannon é um adepto do ocultista islâmico René Guénon. Carvalho é, há décadas no Brasil, promotor de Guénon. Não surpreendentemente, Araújo, escrevendo em uma revista diplomática, “louvou” Trump louvando o que ele chama de “mestre” René Guénon. Em seu artigo intitulado “Trump e o Ocidente,” publicado na revista Cadernos de Política Exterior do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, Araújo disse:

Para tentar entender Trump… convém ler… o mestre tradicionalista René Guénon (importante influência de Steve Bannon, ex‑estrategista‑chefe da Casa Branca e ainda central no movimento que levou Trump à presidência). Guénon, escrevendo nos anos 1920, acredita que o Ocidente moderno havia‑se distanciado completamente da “tradição” (o núcleo espiritual de todas as civilizações e que se manifesta diferentemente, mas de forma coerente em cada uma delas), tornando‑se um poço de materialismo e ignorância, cujo único princípio é a negação de qualquer espiritualidade.

Francês convertido ao islamismo e vivendo no Egito, Guénon acreditava, entretanto, que somente o cristianismo, e especificamente o catolicismo, poderia talvez recuperar um mínimo de espiritualidade no Ocidente e salvá‑lo da completa aniquilação numa profunda idade das trevas, pois somente a Igreja Católica, segundo ele, preservava – embora latentes e incompreendidos por ela própria – os elementos da grande tradição. Diz Guénon:

É impossível não ouvir ecos guenonianos em Trump.

Eu só conheço Guénon por causa da propaganda que Carvalho vem fazendo por ele há anos no Brasil. Sem essa propaganda, Araújo e eu nunca teríamos ouvido falar do desconhecido ocultista islâmico. Mesmo assim, não ouvi nenhum “eco guenoniano” em Trump. Como Araújo conseguiu ouvi-los?

Se os católicos da Teologia da Libertação conseguem ouvir ecos marxistas até mesmo em Jesus Cristo e em Seu Evangelho, efetivamente sequestrando Sua mensagem, como outros oportunistas não poderiam fazer o mesmo com Jesus Cristo, Trump e outros? É impossível não ver o mesmo oportunismo nos guenonianos.

A primeira pergunta é: o que um diplomata está fazendo introduzindo um ocultista islâmico em uma revista diplomática publicada pelo Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil?

Outras questões também aparecem. Araújo disse que Guénon é “uma importante influência de Steve Bannon, ex‑estrategista‑chefe da Casa Branca e ainda central no movimento que levou Trump à presidência.”

Ele está certo em dizer que Guénon é uma grande influência em Bannon — como ele é uma grande influência em Araújo e seu mestre Carvalho. Mas ele está obviamente mal informado quando diz que Bannon é central no movimento que levou Trump à presidência dos EUA. Aliás, Bannon foi demitido exatamente porque ele tentou fazer parecer que ele foi central para a vitória de Trump! Em sua mensagem pública sobre Bannon, Trump disse:

Steve Bannon não tem nada a ver comigo ou com minha presidência. Quando foi demitido, ele não só perdeu o emprego, ele perdeu também a cabeça. Steve era um funcionário que trabalhava para mim depois de eu já ter ganhado a indicação ao derrotar dezessete candidatos…

Agora que ele está sozinho, Steve está aprendendo que ganhar não é tão fácil quanto eu faço parecer. Steve teve muito pouco a ver com nossa vitória histórica… Steve não representa minha base, ele só está nisso para se autopromover.

Steve finge estar em guerra com a mídia, que ele chama de partido de oposição, mas ele passava seu tempo na Casa Branca vazando informações falsas para a mídia para se fazer parecer mais importante do que ele era. Essa é a única coisa que ele faz bem. Steve raramente estava em uma reunião frente a frente comigo e só finge ter tido influência para enganar algumas pessoas sem acesso e que não entendem, pessoas a quem ele ajudou a escrever livros fajutos.

Ao contrário da conclusão imaginária de Araújo, Trump deixou bem claro que Bannon não foi central para sua vitória. Houve um movimento enorme que levou Trump à presidência dos EUA, mas não era ocultista. Era evangélico. Os evangélicos foram a base principal de Trump. Os evangélicos, não Bannon ou Guénon, foram centrais para a vitória de Trump. Araújo deixou de fora essa informação importante. E, a propósito, os evangélicos também foram centrais para a vitória de Bolsonaro no Brasil, mas os adeptos de Guénon — desde Carvalho até Araújo — negam essa realidade e, assim como Bannon, eles se retratam como centrais para a vitória de Bolsonaro.

Araújo vê Guénon guiando Trump e suas ideias, embora Trump seja um evangélico e nunca tenha louvado Guénon. Como não ver Guénon guiando Araújo e suas ideias, quando ele claramente exalta Guénon como um “mestre” e fala sobre o tradicionalismo como fazem os seguidores de Guénon?

A bibliografia de “Trump e o Ocidente” tem Guénon e Júlio Evola como a base principal da defesa que Araújo faz do “tradicionalismo” e do Ocidente. Ele menciona ostensivamente “A Crise do Mundo Moderno” (“The Crisis of the Modern World,” Nova Iorque: Sophia Perennis, 2001), de René Guénon, e “Metafísica da Guerra” (“Metaphysics of War,” Londres: Arktos, 2001), de Júlio Evola.

Joshua Green, autor do livro “Barganha do Diabo: Steve Bannon, Donald Trump e a Invasão da Presidência” (“Devil’s Bargain: Steve Bannon, Donald Trump, and the Storming of the Presidency,” Penguin Publishing Group, 2017), disse que “O sentido antimodernista da filosofia de Guénon atraiu vários seguidores notáveis” e “O mais notório deles foi Júlio Evola,” que “aliara-se a Benito Mussolini, e suas ideias se tornaram a base da teoria racial fascista; mais tarde… as ideias de Evola ganharam força na Alemanha nazista.”

De acordo com Green:

“Os temas comuns do colapso da civilização ocidental e a perda do espírito transcendente em livros como ‘A crise do Mundo Moderno’ de Guénon (1927) e ‘A Revolta contra o Mundo Moderno’ (1934) de Evola atraíram o interesse de Bannon para o tradicionalismo (embora ele também foi muito atraído pelos seus aspectos espirituais, citando o livro de Guénon de 1925, ‘O Homem e Sua Transformação Conforme a Vedanta’, como ‘uma descoberta que mudou minha vida.’) Bannon… trouxe ao tradicionalismo de Guénon uma forte dose de pensamento social católico.”

Se Araújo queria falar sobre Trump e espiritualidade, ele foi irresponsável ao mencionar o que não tem nada a ver com Trump — Guénon e suas ideias ocultistas malucas — e ao não mencionar o que tem tudo a ver com Trump — o evangelicalismo.

Há excelentes livros sobre o conservadorismo de Trump (o qual Araújo trata como “tradicionalismo”), inclusive “Deus e Donald Trump” (God and Donald Trump), de Stephen Strang, e “A Fé de Donald J. Trump: Uma Biografia Espiritual” (The Faith of Donald J. Trump: A Spiritual Biography), de David Brody. Ambos os livros mostram as conexões evangélicas de Trump e que o alegado “tradicionalismo” de Trump é essencialmente evangélico — um fato negligenciado por Araújo, que escolheu usar dois ocultistas fascistas como suas principais fontes bibliográficas.

Seguindo Guénon, Araújo acredita que “somente o cristianismo, e especificamente o catolicismo, poderia talvez recuperar um mínimo de espiritualidade no Ocidente e salvá‑lo da completa aniquilação.” Araújo aprendeu isso de Guénon através de Carvalho, que sempre menciona isso.

Os ocultistas louvam a Igreja Católica como “salvadora” porque sabem que podem parasitá-la e usá-la. Os adeptos de Guénon parasitam indivíduos e instituições. Trump não é adepto de Guénon, mas os adeptos de Guénon o estão usando como símbolo do tradicionalismo guenoniano. A Igreja Católica não é guenoniana, mas seus adeptos a usam para encobrir suas operações.

Parece tática de esquerda. Aliás, em seu artigo intitulado “Sequestrar e Perverter” em seu blog pessoal Metapolítica, Araújo disse:

“A tática da esquerda consiste essencialmente no seguinte: sequestrar causas legítimas e conceitos nobres e pervertê-los para servir ao seu projeto político de dominação total.”

Guenonianos sequestram tudo e todos para sua revolução ocultista. Nos EUA, eles sob Bannon tentaram sequestrar Trump. “Barganha do Diabo” disse: “No verão de 2016, Bannon descreveu Trump como um ‘instrumento bruto para nós.’”

Mas Trump acabou acordando para a realidade. Bannon, que tem por Guénon a mesma simpatia que Ernesto tem, foi expulso da Casa Branca com toda a sua bagagem de tradicionalismo ocultista.

No Brasil, os guenonianos tentam sequestrar a onda conservadora, predominantemente evangélica, dizendo que seu criador é o guenoniano Olavo de Carvalho.

Araújo disse: “Ocidente de Trump é o patrimônio simbólico mais profundo das nações que o compõem. Nesse quadro, Deus mesmo não deixa de ser um símbolo, o supersímbolo.” Ele mencionou símbolos várias vezes em seu artigo. Ele está apenas seguindo seu antigo professor, Carvalho, que escreveu vários livros ocultistas, inclusive:

* Questões de Simbolismo Astrológico. São Paulo: Speculum. (1983)

* Astros e Símbolos. São Paulo: Nova Stella. (1985)

Araújo disse: “Quem não tem símbolos não pensa e não sente.” Sua imersão no curso de Carvalho deu-lhe uma fixação pelos símbolos.

Em sua mentalidade de símbolos ocultistas, Araújo disse: “Somente Trump pode ainda salvar o Ocidente.”

Mas não é qualquer Trump. Ele quer dizer o Trump que Bannon, Carvalho e ele escolheram como “símbolo” da revolução guenoniana. Claro, Trump não tem nada a ver com Guénon, Carvalho, Araújo e a paixão deles por Guénon. Contudo, eles o sequestraram para ser usado como um símbolo guenoniano.

Araújo criou um Trump de acordo com a imagem e semelhança de Guénon e agora ele usa esse Trump imaginário como um modelo tradicionalista, quando o modelo real, em sua mente e vida, é Guénon e Carvalho. Aliás, Araújo é autor de três romances de ficção. Ao usar sua experiência com ficção e ocultismo, o que ele vai fazer com a diplomacia brasileira?

Na verdade, o que ele vê não é um Trump moldado pelo próprio Trump. Ele vê um Trump que foi profundamente moldado por Bannon, um Trump que sem Bannon não seria o que ele é hoje. Ele vê Bannon e Guénon em Trump. Como Trump reagiria a isso?

Ele projeta todo o seu idealismo guenoniano em Trump. Ele não tem escolha. Não há um bom exemplo de influências guenonianas sobre um presidente, e a mais poderosa influência guenoniana no passado foi Júlio Evola sobre Benito Mussolini. Mas isso é fascismo com o ocultismo. Mesmo que direitistas tivessem vergonha de se associar a algo fascista, Araújo não se envergonhou de apresentar o conceito de tradicionalismo baseado no próprio Evola.

Araújo não achou útil usar diretamente Mussolini como exemplo de líder nacional influenciado por um conselheiro guenoniano, mas usou Trump, que acabou expulsando seu próprio conselheiro guenoniano. Assim, o único bom exemplo envolvendo Trump e o tradicionalismo guenoniano é que Trump expulsou seu conselheiro guenoniano. Esse é um bom exemplo que Jair Bolsonaro no Brasil deveria imitar.

Mas Araújo vê Trump como eternamente dependente da influência guenoniana de Bannon. Seu “Trump e o Ocidente” usa Trump como um instrumento bruto a serviço da ideologia guenoniana.

Araújo poderia ter usado o próprio Carvalho como um exemplo do suposto “sucesso” do tradicionalismo e antimarxismo guenoniano, especialmente porque Carvalho foi uma grande influência em seu pensamento. Mas o histórico perturbado e complicado de Carvalho não o tornaria um bom exemplo.

Mesmo assim, é muito preocupante que ele tenha usado como base bibliográfica Evola, cujas ideias tradicionalistas influenciaram Mussolini e a Alemanha nazista.

Assim como os socialistas usam um discurso de assistência aos pobres para promover sua agenda ocultista, os guenonianos usam um discurso tradicionalista e antimarxista para promover sua agenda ocultista.

Araújo defende um catolicismo parasitado por ocultistas como a força predominante na política ocidental.

Há uma diferença entre Steve Bannon e Olavo de Carvalho. Enquanto Bannon passou anos lendo Guénon e outros ocultistas, Carvalho fez muito mais: passou anos lendo e praticando Guénon. Por anos ele deu aulas de astrologia no Brasil. Ele adquiriu proeminência nacional no Brasil por ter fundado a primeira organização da astrologia e a Escola Júpiter, a primeira escola de astrólogos do Brasil no final da década de 1970.

Na sua posição de astrólogo chefe, ele foi entrevistado pela revista Veja, em 9 de abril de 1980, e pela TV Manchete, no início da década de 1980, para abordar questões de astrologia. Ambas as entrevistas o catapultaram para a fama nacional no Brasil.

Em 1981 ele traduziu para o português “A Metafísica Oriental,” de René Guénon, publicado pela sua Escola Júpiter. Carvalho herdou seu “antimarxismo” de Guénon, que era antimarxista.

Em 1989, ele fundou a Sociedade Brasileira de Astrocaracterologia para promover ideias astrológicas.

Araújo disse: “Os americanos são o último povo tradicionalista no Ocidente.” Essa é obviamente uma contradição em seu sequestro, porque se o pensamento guenoniano é que a Igreja Católica é a única salvadora do Ocidente, então uma conclusão honesta seria que o Brasil, a maior nação católica do mundo, seria a última nação tradicionalista no Ocidente.

Se os “americanos são o último povo tradicionalista no Ocidente,” então uma mente inteligente questionaria: qual é a tradição mais importante deles? Durante o nascimento da República deles, os americanos não eram guenonianos. Eles eram 98% protestantes. Eles eram esmagadoramente e apaixonadamente protestantes.

Mas protestante e evangélico são palavras não valorizadas no artigo de Araújo que supostamente elogia as tradições americanas. Ele simplesmente sequestrou Trump, os Estados Unidos e suas tradições protestantes para ser uma plataforma para as ideias guenonianas, embora a tradição evangélica dos EUA nunca tenha valorizado Guénon. Quando fala sobre os EUA e Trump, Araújo menciona muitas vezes mais o Guénon espirita do que o protestantismo bíblico. Como ele poderia estar em contato com a realidade espiritual americana?

Portanto, o Brasil agora tem um proselitista de Guénon ou Carvalho atuando como ministro das Relações Exteriores. Nessa posição, ele ensinará ao mundo, ainda que não diretamente, que a resposta espiritual não é o verdadeiro Evangelho e Jesus Cristo, mas uma Igreja Católica parasitada por seguidores de Guénon.

Os discursos de Araújo podem enganar cristãos ingênuos. O GospelPrime, o maior site evangélico do Brasil, disse: “Em vários textos assinados pelo novo chanceler em seu site pessoal, o Metapolítica, ele mostra ser um cristão praticante.”

Religiosamente, isso é uma contradição, porque em seu artigo “Em 1717, três pescadores” em Metapolítica Araujo louva “Aparecida,” o mais proeminente ídolo adorado pelos católicos no Brasil. Os evangélicos brasileiros geralmente veem os adoradores desse ídolo como “idólatras praticantes.” Mas, estranhamente, o GospelPrime o identifica como um “cristão praticante.” Se isso é verdade, por que muitos evangélicos brasileiros originalmente deixaram a Igreja Católica, Aparecida e outros ídolos? Eles pararam de ser “cristãos praticantes” quando deixaram seus ídolos do passado?

Talvez o GospelPrime tenha pensado que, pelo fato de que Araújo é um “anticomunista convicto,” isso o torna um “cristão praticante.” Então, pelo fato de que Guénon e seus seguidores ocultistas e esotéricos são “anticomunistas convictos,” todos eles são “cristãos praticantes”?

A definição de ser um “cristão praticante” mudou de um indivíduo que vive uma fé bíblica em Jesus para um indivíduo que vive uma vida “anticomunista convicta”? Isso mudaria radicalmente o Cristianismo de uma fé bíblica para uma fé ideológica espiritualista. Por causa do guenonianismo, até mesmo os evangélicos brasileiros parecem estar sofrendo uma mudança em suas atitudes.

Essa não é a primeira vez que o GospelPrime cede diante de adeptos de Guénon. O GospelPrime vem promovendo Bernardo Kuster, que produziu vídeos “anticomunistas convictos.” Ele era evangélico e trabalhava em uma igreja evangélica, mas depois que ele começou a estudar “filosofia” sob Carvalho, ele se tornou católico guenoniano, e agora, estranhamente, o GospelPrime tem mais artigos sobre ele do que sobre o próprio Lutero!

Assim, o caso de Araújo é semelhante a muitos outros casos de católicos que caíram sob o feitiço do tradicionalismo guenoniano e se tornaram proselitistas entusiastas dessa fé política esotérica.

Na revista diplomática, Araújo apela ao catolicismo, dizendo sobre a definição do Brasil:

“Vivemos na Ilha da Vera Cruz, na terra da Santa Cruz, mas não nos interessamos em saber o que esse nome original significa, em conhecer o destino a que esse nome convoca… Por que o destino nos deu primeiramente esse nome, ilha da cruz verdadeira, terra da cruz sagrada? Por que tão cedo o ocultou e o trocou pelo nome de uma árvore?… árvore da vida da cabala hebraica, que na cabala cristã se transforma também na cruz de Cristo.”

Ele apela ao mesmo tempo para o catolicismo e a cabala judaica, que significa “tradição,” mas que é definida pela Enciclopédia Popular da Apologética como “uma forma altamente desenvolvida do misticismo judaico… no nível do praticante supersticioso que se mete com ocultismo, a cabala recebe a mais forte condenação da própria Torá que pretende honrar: ‘Não pratique adivinhação ou feitiçaria’ (Levítico 19:26).”

Assim, na mente de Araújo, a essência católica do Brasil é semelhante à cabala, que não é aceita pela Bíblia e pela Igreja Cristã, mas é aceita pelos adeptos de Guénon.

O marxismo dominou politicamente o Brasil, a maior nação católica do mundo, porque a Igreja Católica já estava dominada pela Teologia da Libertação. Agora, uma minoria de católicos guenonianos, que sequestraram a enorme onda evangélica conservadora, quer que o governo brasileiro seja dominado pelo ocultismo de direita.

Araújo disse que “o Ocidente não está baseado em valores, não está baseado em tolerância nem em democracia, está baseado em Platão e Aristóteles.”

Então ele pensa que o Ocidente, especialmente os Estados Unidos, não é baseado em valores judaico-cristãos, mas em Platão e Aristóteles. Coincidência ou não, Carvalho, que era professor de Araújo, disse que, com a Bíblia, Platão e Aristóteles eram a literatura mais fundamental no início da República americana, embora o historiador americano Bill Federer tenha dito que os três livros mais fundamentais do início dos EUA eram a Bíblia, O Peregrino e o Livro dos Mártires de Fox (que expõe a Inquisição, defendida por Carvalho). Segundo a escritora conservadora Nancy Pearcey, os seguidores de Guénon têm uma fixação em Platão.

Conclusão: O artigo de Araújo “Trump e o Ocidente” é espiritual, mais especificamente espiritualista. É um artigo altamente religioso para uma revista diplomática. Trump é apenas um expediente para Araújo abordar confortavelmente Guénon e seu tradicionalismo e antimarxismo ocultista. Um artigo que realmente abordasse Trump e espiritualidade teria mencionado o evangelicalismo tantas vezes quantas Araújo mencionou Guénon e o tradicionalismo. Sem saber, Trump foi usado por um guenoniano.

Essa não é a primeira vez que Trump é usado por católicos guenonianos. No ano passado, um deles escreveu que, assim como Trump é difamado e atacado por suas posturas conservadoras, assim também a Inquisição e seu suposto papel bom em favor da justiça são difamados e atacados. Eles rejeitam totalmente as versões históricas que retratam a Inquisição como uma máquina de tortura e morte contra judeus e protestantes. E Carvalho é o rejeitador brasileiro mais proeminente.

É impossível entender Trump sem reconhecer a enorme influência evangélica em sua vitória. Da mesma forma, é impossível entender Araújo sem reconhecer a influência enorme de Carvalho e Guénon em sua vida.

Como um católico guenoniano (o sincretismo católico é muito comum no Brasil), Ernesto Araújo pode aceitar Guénon e seu tradicionalismo ocultista e rejeitar o marxismo. Como de costume entre os guenonianos, ele não reconhece o papel maciço da onda evangélica conservadora que colocou Trump na presidência dos EUA e Bolsonaro na presidência brasileira.

Ao contrário de Araújo, que disse que para entender Trump você deveria ler seu mestre tradicionalista René Guénon, eu recomendaria que para entender Trump você deveria ler os livros dos líderes evangélicos que aconselham Trump.

Entretanto, para entender Araújo e seus sofismas diplomáticos, você deveria ler Guénon.

O grande problema nos EUA são os neoconservadores e outros fomentadores de guerra sequestrando causas conservadoras e atraindo cristãos conservadores para apoiar guerras. O grande problema no Brasil são guenonianos e outros ocultistas e católicos sincréticos sequestrando causas conservadoras e atraindo cristãos conservadores para apoiar seu falso conservadorismo. Neoconservadores, guenonianos e outros ocultistas são tão perigosos quanto os marxistas.

Como um conservador evangélico, rejeito o neoconservadorismo e a utopia e sofisma tradicionalista guenoniana. E como membro da mesma onda conservadora evangélica que colocou Trump na presidência dos EUA e Bolsonaro na presidência brasileira, reconheço o papel maciço dessa onda e rejeito tanto o marxismo quanto o ocultismo. Para mim, ambos são lados diferentes da mesma moeda.

Versão em inglês deste artigo: Brazilian Foreign Policy: From Marxism to Occultism

Fonte: www.juliosevero.com

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