Boicote a CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) enquanto a CPAC boicota a Igreja e seus valores sobre a homossexualidade
Julio Severo
Quando ativistas esquerdistas convencem os cristãos conservadores a abraçar a homossexualidade, o que acontece? Eles não aceitam. Mas o que acontece quando os “conservadores” convencem os conservadores a abraçar a homossexualidade “conservadora.” Infelizmente, os conservadores abraçam a falsa homossexualidade conservadora.
CPAC se tornou o grande cavalo de Tróia para trazer a homossexualidade para dentro do conservadorismo e das igrejas.
CPAC tem um histórico de convidar homossexualistas e desconvidar ativistas pró-família que defendem as crianças da propaganda e doutrinação gay.
Para facilitar a infiltração do ativismo gay, os ativistas gays atraem as crianças com programação infantil adocicada, pois eles estão empenhados em doutrinar crianças.
Você espera doutrinação de atistivas gays para crianças. Mas você nunca espera propaganda gay de conservadores.
O verdadeiro conservadorismo defende a família e protege o mais vulnerável de sua prole: os bebês. Sem uma família real, não há proteção real para os bebês. O “casamento” gay é um casamento falso e é uma ameaça para os filhos.
Portanto, se a CPAC defende o “casamento” gay, como pode defender as crianças?
Embora a CPAC (Conferência de Ação Política) tenha uma política relativamente pró-vida, suas ações reais prejudicam suas promessas. Entre os membros da CPAC estão muitos neocons, que não hesitam em provocar guerras desnecessárias que derramam abundante sangue.
A CPAC vive um dilema terrível: se os militares dos EUA bombardeiam grupos terroristas islâmicos que matam pessoas inocentes, é um ato heróico. Mas quando os militares dos EUA permitem que instalações de aborto matem bebês, é crime e terror.
A América vive uma ambivalência em sua justiça pervertida: ela pode matar bebês inocentes e matar terroristas assassinos. Suas vítimas não são iguais: os terroristas não são inocentes, enquanto os bebês são 100% inocentes.
O que a CPAC faz? Condena com precisão os terroristas muçulmanos, sem culpar a Arábia Saudita, a potência do terror islâmico, e condena os bebês, como se fossem os verdadeiros terroristas.
A raíz dos EUA é o conservadorismo evangélico. Tire esse conservadorismo e não sobra absolutamente nada. Sem o conservadorismo evangélicos, os EUA estão fadados a se tornar uma nação selvagem e bárbara.
Conservadorismo sem oposição à homossexualidade predatória não é conservadorismo. É um conservadorismo falso.
Enquanto os valores cristãos devem definir a política, a política está definindo os valores cristãos.
Se as igrejas devem ser definidas pela política — conservadora e outros tipos — mais cedo ou mais tarde elas serão esquerdistas pró-aborto ou esquerdistas sodomia.
Enquanto os valores devem definir a política, a política está definindo a política As igrejas devem ser definidas pela política — conservadora ou não – mais cedo ou mais tarde serão esquerdistas pró-aborto ou esquerdistas da sodomia.
Se a CPAC seguir o marxismo ou o conservadorismo falso para definir os cristãos conservadores e seus valores, os cristãos devem seguir a CPAC? Se a CPAC seguir os valores do aborto e da homossexualidade, os cristãos têm todo o direito de ver a CPAC como não conservador.
É hora de os verdadeiros cristãos deixarem a CPAC, que abraçou o marxismo pró-sodomia e explorou o dinheiro de seus apoiadores.
A CPAC está fazendo concessões, e concessões não são um valor cristão. Uma concessão hoje levará a mais concessões amanhã. Se a homossexualidade for abraçada hoje, quem impedirá que o aborto seja abraçado amanhã?
É hora de os verdadeiros conservadores encontrarem verdadeiras conferências comprometidas com seus valores.
A CPAC 2021 convidou vários homossexuais e pró-homossexuais, mas não convidou campeões pró-família como Peter LaBarbera, Scott Lively e Brian Canmaker.
Como a CPAC espera derrotar a tirania homossexual contra as crianças quando está paparicando os caprichos homossexuais?
Os cristãos conservadores têm sido duros com o marxismo que explora os cristãos, mas deveriam ser igualmente duros com a elite da CPAC que explora os cristãos conservadores.
Quando os esquerdistas promovem a sodomia, os direitistas atacam, mas quando os direitistas promovem a sodomia, os direitistas ficam em silêncio.
Então, os direitistas desculpam suas posturas pró-sodomia, mas atacam os esquerdistas pelas mesmas posturas
Você não pode ter bebês saudáveis sem famílias saudáveis. Sem famílias saudáveis, não há bebês saudáveis. “Famílias” homossexuais sempre producem relacionamentos e filhos desajustados.
Portanto, a CPAC está prestando um grande desserviço às famílias ao nomear “famílias” gays disfuncionais como “famílias” saudáveis que produzem bebês desajustados.
CPAC não é conservadora. É uma falsa conservadora.
A Igreja deve definir a sociedade e não deve seguir o movimento progressista e o movimento conservador engajados na definição da Igreja e dos valores bíblicos.
O Cristianismo tem valores eternos; o conservadorism não tem valores eternos.
Portanto, trabalhar para valores conservador é trabalhar para valores temporários. Trabalhar pelo Cristianismo e seus valores é trabalhar pelos valores eternos.
Se os cristãos deixassem a CPAC definir o que é ou não homossexualidade, o que restaria para definir o aborto e outras questões importantes para os conservadores?
Houve um tempo em que os conservadores atacaram o aborto e a sodomia, mas depois que a CPAC retratou a homossexualidade como algo bom, os conservadores abraçaram a ideia pervertida da CPAC. Eles esqueceram a Bíblia e seu ensino sobre o pecado homossexual.
Sejamos claros: CPAC não é Igreja e Igreja não é CPAC
A direita vem pregando que os homossexuais e suas reivindicações foram aparelhados pela esquerda. Essa pregação inclui geralmente a ideia de que toda restrição ou condenação ao homossexualismo é de natureza comunista e que toda liberdade homossexual são fruto do capitalismo americano.
Homossexual Milo Yiannopoulos, convidado como palestrante principal da CPAC em 2017
Embora essa ideia agrade a cristãos nominais ansiando por uma direita que confronte o socialismo, tal pregação é no mínimo enganadora.
Se toda restrição ou condenação ao homossexualismo é de natureza comunista, então Deus, que na Bíblia condena o homossexualismo nos termos mais fortes, é comunista?
O maior país capitalista do mundo é os EUA. Mas a liberdade e a libertinagem que os homossexuais têm hoje nos EUA não foram devido ao capitalismo original americano de valores evangélicos. Foram devido a um capitalismo sem valores cristãos, que deram liberdade excessiva para as ações furiosas e agressoras de grupos homossexualistas auxiliados por esquerdistas.
Os EUA são famosos por serem o maior país evangélico e conservador do mundo. Dentro dessa realidade, as leis americanas sempre condenaram criminalmente a sodomia (homossexualidade). Essas leis só foram abolidas por pressão de grupos homossexualistas na década de 1990 por uma maioria de juízes católicos no Supremo Tribunal dos EUA.
Então, a liberdade e a libertinagem dos homossexuais hoje nos EUA não são fruto do capitalismo de valores cristãos. São fruto dos esforços de esquerdistas e grupos homossexualistas, que buscam avançar para muitas outras aberrações. Eles usam o sistema do capitalismo sem valores cristãos, o qual favorece tudo e a todos, inclusive comunistas chineses e muçulmanos sunitas.
A Arábia Saudita tem prédios modernos e é o maior comprador de armas dos EUA.
Contudo, o progresso capitalista não melhorou a ética selvagen dos comunistas chineses e dos muçulmanos sauditas. Eles continuam tão violentos e antidemocráticos quanto antes, porque o capitalismo que lhes trouxe progresso é o capitalismo sem valores cristãos.
São os adeptos desse capitalismo sem valores cristãos que estão promovendo a ideia de que homossexuais podem ser conservadores e até mesmo cristãos. Até certo ponto, eles têm razão: Se comunistas chineses e muçulmanos sauditas podem ser capitalistas, por que ativistas gays não podem ser conservadores e cristãos?
O capitalismo sem valores cristãos dos EUA engrandeceu a China comunista e a Arábia Saudita. E essa mesma mentalidade capitalista sem valores cristãos pode igualmente engrandecer um “homossexualismo conservador.”
A CAPC, que é considerada a conferência “conservadora” mais proeminente do mundo, já está aparelhando a homossexualidade e dando o péssimo exemplo de que os conservadores ao redor do mundo também deveriam aparelhar a homossexualidade por amor à ideologia direitista.
Portanto, os cristãos deveriam desconfiar de uma direita pró-homossexualismo, especialmente se aparecer com linguagem cristã de que homossexuais podem ser tão bons cristãos e conservadores quanto qualquer outra pessoa. Até onde sei, ocultistas estão por trás dessa ideia, e o ocultismo e o homossexualismo sempre andaram juntos, de forma pública ou não.
A ideologia homossexual e a ideologia esquerdista são totalmente compatíveis entre si, por sua rebelião contra Deus. Por isso, dizer que homossexuais e suas ideologias foram aparelhados pela esquerda é uma estratégia no mínimo fraudulenta e ocultista. O que é bem óbvio é que a direita, para prejuízo de seus apoiadores cristãos conservadores, está tentando a todo custo aparelhar o homossexualismo à agenda direitista. Esse aparelhamento já está ocorrendo entre direitistas dos EUA, no próprio Partido Republicano. Em Israel, a direita também aparelhou a agenda gay.
O aparelhamento direitista tem como único objetivo usar e explorar os homossexuais politicamente para avançar a direita. É uma imitação barata do que a esquerda já faz há muito tempo.
Tal aparelhamento acabará levando os direitistas aparelhadores a acusar os evangélicos americanos de “comunistas” por seu esforço de combater leis que foram adulteradas para apoiar o pecado homossexualismo e também porque durante toda a história dos EUA eles conseguiram manter leis contra a sodomia.
Não se sabe se Sodoma era direitista ou esquerdista. Aliás, os termos “direitista” e “esquerdista” não existem na Bíblia. Só se sabe que os habitantes de Sodoma tinham as mesmas práticas sexuais que hoje homossexuais esquerdistas e direitistas têm.
Só espero que a direita que está buscando aparelhar o homossexualismo à agenda direitista, inclusive com a acusação de que restrição ou condenação ao homossexualismo é sinônimo de comunismo, não acabe condenando Deus como “comunista” por ter destruído Sodoma por causa do pecado homossexual.
“A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi um ‘golpe’ que afundou o Brasil em corrupção. A solução? Restaurar a monarquia e o Poder Moderador e entregá-los com uma coroa a dom Luiz de Orléans e Bragança, bisneto da princesa Isabel. Essa é a opinião de brasileiros de diferentes origens e profissões que dedicam parte de suas vidas a defender a volta da monarquia ao país,” disse o portal de notícias UOL.
Descendentes de confederados evangélicos americanos no Brasil
O movimento monarquista poderia ser considerado irrelevante ou até mesmo insignificante. Mas pelo fato de que o povo brasileiro está numa grande onda conservadora e o sr. Bragança vem sendo apresentado como voz e referência conservadora, é preciso analisar se a monarquia de fato repesentou reais valores conservadores, que incluem capitalismo, liberdade de expressão e liberdade religiosa.
Aliás, a imagem de uma monarquia conservadora vem sendo avançada de tal forma que Bragança foi alavancado como um dos principais palestrantes da CPAC Brasil 2019, considerado o maior evento “conservador” do Brasil, embora tenha sido reconhecidamente politizado e, contrário a todos os valores conservadores, foi totalmente financiado por dinheiro de impostos. Isto é, os organizadores e participantes, inclusive Bragança, não financiaram o evento com o dinheiro do próprio bolso. Foi com o dinheiro do bolso dos brasileiro que pagam impostos.
Usar dinheiro do bolso dos brasileiros que pagam impostos não é nenhuma novidade para monarquistas. Desde 1889, quando foi instituída a República no Brasil, a antiga capital do Império, Petrópolis, é castigada com o imposto do Laudêmio, onde cidadãos impotentes dessa cidade são obrigados a pagar um imposto para os descendentes da família imperial. Embora a escravidão tenha sido abolida no Brasil no século XIX, os cidadãos de Petrólopolis são eternamente escravos da família imperial, e nenhum descendente dessa família reclama que esse imposto vai contra os valores conservadores.
Contudo, se você acha que isso é corrupção demais, esse imposto é um problema pequeno quando a história mostra que a corrupção não era um problema pequeno, mas endêmico, no Império do Brasil.
Quase 200 anos atrás o escritor e naturalista britânico Charles Darwin visitou o Brasil e outros países da América Latina para estudá-los.
Em seu agora famoso diário de viagem da década de 1830, Darwin comentou sobre a onipresença da corrupção na América do Sul, falando sobre seus efeitos debilitantes nos princípios democráticos: “Quase todo funcionário público pode ser subornado. O chefe dos correios vendia franquias falsificadas do governo.” Os escritos de viagem de Darwin implicavam que essas formas de corrupção eram particulares da América Latina e eram epidêmicas.
Sobre o Brasil na época do Império, Darwin comentou:
“Os brasileiros, tanto quanto eu sou capaz de avaliar, possuem apenas uma pequena parte daquelas qualidades que dão dignidade à humanidade. Eles são ignorantes, covardes e preguiçosos ao extremo.”
Darwin testemunhou que a corrupção era comum na monarquia brasileira. Mais que isso, ele testemunhou os efeitos da corrupção sistêmica no povo brasileiro afetado pela monarquia. Depois de 200 anos, o que mudou? A corrupção no Brasil é tão comum que existe o famoso “jeitinho brasileiro,” onde há séculos o brasileiro sabe driblar a corrupção dos tribunais e impostos elevados.
Quem pode culpar os brasileiros? Os habitantes do Brasil Imperial viviam somente para pagar impostos e sustentar o luxo da família imperial.
Um povo sobrecarregado de impostos perde o ânimo de trabalho e a criatividade. Aliás, uma reportagem do jornal britânico DailyMail disse que a grande criatividade histórica do povo americano está estreitamente ligada ao protestantismo e seus valores historicamente conservadores e capitalistas.
Sob valores protestantes conservadores, as leis americanas sempre criminalizaram a sodomia (homossexualidade), embora essas leis tenham sido abolidas, por pressão de ativistas gays, na década de 1990 por juízes curiosamente de maioria católica no Supremo Tribunal dos EUA. Mas no Brasil foi a monarquia, cujos governantes eram todos católicos, que descriminalizou a sodomia em 1830. Todas as referências à sodomia foram removidas no novo Código Penal do Império do Brasil, assinado por Dom Pedro I. Não foi necessária a pressão de nenhum grupo homossexualista, que aliás nem existiam na época.
A pena de morte, uma punição necessária para castigar criminosos perigosos, foi abolida no Império no século XIX porque matava muitas pessoas inocentes. A corrupção onipresente no Brasil imperial não estava ausente das decisões dos tribunais, inclusive decisões de pena de morte. Mas nos EUA, sob cultura conservadora, a pena de morte vigora mesmo hoje.
A América Latina e o Brasil que Darwin visitou não tinham somente corrupção onipresente. Tinham também catolicismo onipresente. Um catolicismo que não tolerava o protestantismo, sua criatividade e aversão a impostos elevados.
É verdade que o imperador brasileiro, Dom Pedro II, abriu as portas para imigrantes protestantes alemães e americanos. Depois de visitar os EUA na década de 1860, ele ficou tão fascinado com a criatividade protestante americana — criatividade tão ausente no Brasil imperial católico — que ele convidou confederados derrotados para imigrarem para o Brasil. Ele queria na verdade importar a criatividade americana. Cerca de 10 mil americanos aceitaram o convite dele.
Os confederados americanos trouxeram o que o Brasil não tinha: capitalismo, evangelicalismo, criatividade, ética no trabalho e aversão à corrupção.
Eles fundaram escolas para todas as crianças de suas famílias. Alfabetismo, prática normal entre americanos evangélicos, era um contraste impressionante no Brasil imperial, onde grande parte da população era analfabeta — tão analfabeta que quando militares aboliram o Império e proclamaram a República em 1889 a população brasileira não sabia nem entendia o que havia acontecido.
Os americanos e alemães protestantes que imigraram no Brasil foram obrigados a morar em cidades fundadas por eles, sob proteção imperial, para que a população católica hostil, que os via como hereges e satanistas, não os destruísse, apesar de que a monarquia brasileira havia convidado os americanos não para ajudá-los, mas para ajudar o Brasil a sair de seu estado de falta de progresso.
De acordo com “Aspectos políticos da implantação inicial do protestantismo no Brasil” (2018), de Bruno Gonçalves Rosi:
Um grande número de liberais… recebeu entusiasticamente os confederados, acreditando que esse grupo seria a solução para os problemas de atraso do Brasil e a chave para o progresso que eles tanto desejavam.
Em 1876, George Nash Morton observou que, dos brasileiros liberais, a Igreja Católica, com seu tradicionalismo, era “uma barreira para o progresso do Brasil,” principalmente por conter a imigração de protestantes (Vieira, 1980, 239). Essa oposição católica à imigração de confederados pode ser observada em janeiro de 1868, quando o arcebispo da Bahia, Manuel Joaquim da Silveira, escreveu uma longa carta ao conselheiro José Joaquim Fernandes Torres, ministro do Império, reclamando que o governo não estava dando atenção à “ameaça protestante” que se concretizou no Brasil com a chegada dos missionários. Na carta, o arcebispo também se referiu à sua teoria de que os Estados Unidos pretendiam se apoderar das terras do Brasil.
Os confederados enfrentaram muitas dificuldades que eles não viam nos EUA, inclusive o fato de que eles eram proibidos de enterrar seus mortos em cemitérios brasileiros. Rosi disse:
Apesar de todas as promessas feitas pelo [império], a liberalização da legislação religiosa brasileira teve passos lentos e insatisfatórios para os evangélicos imigrantes… Toda vez que evangélicos estrangeiros perguntavam por que eles eram forçados a enterrar seus mortos “como cães no meio do mato,” eles respondiam que era porque eles “tinham a religião do diabo.”
Os confederados americanos, que eram todos evangélicos, sofreram muita perseguição religiosa no Brasil. Não muito diferente do que já havia acontecido antes. A presença holandesa no Brasil no século XVII foi marcada por uma população holandesa evangélica cheia de criatividade e tolerância religiosa, rejeitada sem demora por um Brasil cheio de catolicismo e Inquisição.
A perseguição continuou no Brasil imperial. Luiz A. Giraldi, que foi presidente da Sociedade Bíblia do Brasil de 1984 a 2005, disse:
“Até o final do Brasil Império, a Igreja Católica era a religião oficial do Estado e os evangélicos eram discriminados e perseguidos no país. A partir da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, impulsionadas pela liberdade religiosa, as denominações evangélicas que operavam no Brasil — luteranos, presbiterianos, metodistas e episcopais — cresceram rapidamente. O mesmo aconteceu com os batistas… que iniciaram suas atividades no Brasil no final do século 19. Em 1910 e 1911, chegaram as primeiras denominações pentecostais… e, com esse reforço, a comunidade evangélica acelerou ainda mais seu crescimento no país.”
Giraldi acrescentou:
“A Constituição de 1891 determinou a separação entre a Igreja e o Estado, estabeleceu plena liberdade de culto e liberou a divulgação da Bíblia… Tudo isso contribuiu para que, nos primeiros 30 anos do Brasil República, a população evangélica saltasse de 145 mil para 500 mil e a distribuição anual de Escrituras de 25 para 150 mil.”
O Império pode ter sido bom para os católicos, pois só eles tinham liberdade de ocupar cargos públicos. Mas não foi bom para os evangélicos, que eram proibidos de ocupar qualquer cargo público.
Durante a monarquia brasileira, só diplomatas dos EUA se preocupavam em dar alguma ajuda e proteção aos evangélicos. Aliás, a primeira escola dominical no Brasil foi dada na representação diplomática americana. De acordo com “Aspectos políticos da implantação inicial do protestantismo no Brasil”:
A implantação do protestantismo no Brasil no século XIX foi favorecida por alguns fatores. Primeiro, as autoridades americanas ofereciam proteção legal aos missionários da América do Norte. Embora os missionários procurassem distinguir seu trabalho das relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos, o fato é que diplomatas americanos cooperavam em algum nível para implantar o protestantismo no Brasil.
A opinião geral é que a igreja evangélica brasileira mais antiga foi estabelecida pelo médico missionário Robert Reid Kalley. Ordenado ministro pela Igreja Livre da Escócia em 1839, mas agindo de forma independente, Kalley chegou ao Brasil em 1855. Após uma breve passagem pelo Rio de Janeiro, ele decidiu se estabelecer na cidade de Petrópolis (Rocha, 1941, 31). Logo depois de sua chegada, Webb, diplomata americano, deu-lhe espaço para realizar a primeira aula de Escola Dominical no Brasil (Rocha, 1941, 251, 267). A presença do missionário escocês a princípio foi bem aceita. Desde sua chegada a Petrópolis, ele procurou se relacionar com as autoridades civis, inclusive o Imperador, de quem se tornou amigo (Rocha, 1941, 9, 115-116). No entanto, Kalley tentou ser cauteloso, procurando permanecer criteriosamente dentro dos limites impostos pela lei brasileira (Reily, 1993, 103). Toda essa cautela, porém, não impediu o início da perseguição.
Apesar de ter evitado pregar abertamente aos brasileiros, Kalley não evitou sua responsabilidade de batizar duas mulheres de alto nível, Gabriela Augusta Carneiro Leão e sua filha Henriqueta Soares do Couto. Os batismos ocorreram em Petrópolis em 7 de janeiro de 1859. Dona Gabriela era irmã do marquês do Paraná, um dos políticos brasileiros mais proeminentes da época (Rocha, 1941, 7, 82-83, 360). O batismo de duas damas brasileiras contribuiu para desencadear perseguições contra o missionário escocês. Sob pressão do núncio, o governo imperial emitiu uma declaração à Missão Diplomática Britânica com queixas contra Kalley, inclusive acusações de propaganda contra a religião estatal e tentativa de conversão de católicos à fé protestante (Rocha, 1941, 93-94).
O império pode ter sido bom para os católicos, que dominavam todas as esferas do governo monárquico e oprimiam o povo brasileiro analfabetizado por eles com impostos altos e muita corrupção. Mas o Brasil poderia ter sido muito melhor se tivesse seguido o ótimo exemplo dos evangélicos americanos que imigraram para o Brasil trazendo consigo escolarização generalizada, leitura da Bíblia e uma ética evangélica capitalista do trabalho que rejeitava a corrupção.
Sobre a data de 15 de novembro de 1889 da proclamação da República, Luiz de Orléans e Bragança, que é deputado federal, disse: “Quando a data de hoje pesar na consciência nacional será o dia em que teremos o que comemorar.”
Pode ser um peso para ele e católicos direitistas, que sentem saudades de um Brasil imperial onde os brasileiros eram escravos do analfabetismo e impostos altos, um problema monarquista que prevalesce até hoje no Brasil.
Pode ser um peso para ele e católicos direitistas, que sentem saudades de um Brasil imperial que foi o primeiro país do continente americano a legalizar a sodomia.
Pode ser um peso para ele e católicos direitistas, que sentem saudades de um Brasil imperial cuja religião estatal era o catolicismo e conversão ao protestantismo era crime.
Pode ser um peso para ele e católicos direitistas, que sentem saudades de um Brasil imperial que restringia drasticamente a liberdade de evangélicos americanos e brasileiros.
Pode ser um peso para ele e católicos direitistas, que sentem saudades de um Brasil imperial que tinha abundante ignorância, covardia e preguiça e nenhuma criatividade.
Entretanto, para os evangélicos, que não tinham o que comemorar no Império, pelo menos na República eles ganharam uma liberdade que eles não tinham no Império: Liberdade de pregar o Evangelho e distribuir Bíblias.
A Bíblia é a principal fonte do verdadeiro conservadorismo e criatividade. E não havia liberdade de divulgar e distribuir Bíblias no Império.
Uma cultura política correta não elimina a corrupção. O fator que mais minimiza a corrupção é uma cultura cristã correta baseada na Bíblia. Os Estados Unidos são um exemplo disso em sua história passada.
Até mesmo uma cultura cristã incorreta favorece a corrupção. Na América Latina o catolicismo é onipresente, e igualmente é onipresente a corrupção, que já vem de séculos. Mas a cultura onipresente historicamente católica nunca foi a favor da divulgação e leitura da Bíblia.
Sem ampla divulgação e leitura da Bíblia é impossível eliminar a corrupção. Uma escolarização centrada na Bíblia é essencial parar gerar criatividade e ódio à corrupção. O Brasil imperial era avesso à liberdade de divulgação e leitura da Bíblia.
Só fico chocado, como evangélico conservador que há décadas luta contra o socialismo no Brasil, que a CPAC tenha permitido que politizassem totalmente seu evento “conservador” no Brasil em 2019. Bem ao sabor da corrupção histórica e endêmica no Brasil, a CPAC Brasil permitiu que mais de um milhão de reais do dinheiro de impostos de brasileiros fossem usados para a realização de seu evento. Querendo ou não, a CPAC Brasil entrou para a história de corrupção do Brasil.
Embora os evangélicos sejam reconhecidos como a maior força conservadora do Brasil, nenhum líder evangélico proeminente, nem Silas Malafaia — que é o televangelista pentecostal mais proeminente do Brasil —, foi palestrante na CPAC. Mas Luiz de Orléans e Bragança, que representa um Brasil imperial que perseguia os evangélicos e tinha corrupção generalizada, foi um dos palestrantes principais.
E para completar a tragédia, Olavo de Carvalho, que é católico sincrético e o maior revisionista brasileiro da Inquisição, foi exaltado pela CPAC Brasil politizada. A Inquisição católica torturou e matou multidões de judeus e evangélícos, mas os revisionistas, inclusive Carvalho, pregam que tudo isso é mentira e que a Inquisição trouxe direitos humanos.
Católicos direitistas querem a volta do Brasil imperial, ou de um catolicismo imperial — talvez com pitadas de Inquisição católica contra evangélicos e judeus.
Um contraste tremendo com os EUA, historicamente cheios de protestantismo, criatividade, amor pelos judeus e ódio à Inquisição.
Enquanto a monarquia brasileira era muito distante dos EUA e seu protestantismo, os evangélicos do Brasil são historicamente muito próximos dos EUA — tão próximos que a primeira proteção que os imigrantes evangélicos americanos no Brasil receberam no século XIX não foi do império e suas autoridades católicas. Foi de diplomatas americanos.
Se até os americanos se libertaram da monarquia britânica, que era vastamente mais próspera e culta do que a monarquia brasileira, para virar uma república, por que é que o Brasil deveria regredir para a monarquia?
O que o “conservador” Luiz de Orléans e Bragança conseguirá com a volta do Brasil imperial?
Se um Brasil imperial de 200 anos atrás foi pioneiro na legalização da sodomia, o que um novo Brasil imperial fará como ataque pioneiro contra o conservadorismo?
A CPAC Brasil deu no próprio pé um tiro de canhão ao aceitar como grande palestrante conservador um ativista da monarquia que nada tem a ver com o conservadorismo dos EUA e tem tudo a ver com a corrupção histórica, moral, espiritual e econômica do Brasil.
Como é que a CPAC, em vez de valorizar os evangélicos e seu conservadorismo, valorizou o representante de uma monarquia cujo sistema de religião católica estatal limitava a liberdade de seus compatriotas americanos que imigraram para o Brasil no século XIX para trazer alguma medida de progresso, capitalismo e criatividade que o Brasil imperial não tinha?
Com informações de Darwin Online, revista Ultimato, UOL, Wikipédia e Tandfonline.
Quando os cristãos ouvem falar de tradicionalistas, pensam em termos de cristãos guardando suas tradições ou de costumes culturais de guardar tradições. Muito poucas pessoas sabem que existe uma seita espiritualista ou esotérica dedicada a ambições políticas também engajada no tradicionalismo. Essa seita se chama Escola Tradicionalista.
Membros da Escola Tradicionalista, inclusive Steve Bannon e Olavo de Carvalho, em Nova Iorque em 2019
Um grupo de tradicionalistas se reuniu em Nova Iorque em 2019 e um estudioso judeu procurou entender a influência dessa seita.
Benjamin Teitelbaum, o estudioso judeu, fez uma pergunta a esses tradicionalistas, inclusive Steve Bannon e Olavo de Carvalho, um imigrante brasileiro autoexilado nos EUA.
De acordo com a Universidade do Colorado Boulder:
“Você é um tradicionalista?” ele perguntou, referindo-se a uma seita espiritualista pouco conhecida, enraizada em noções de que o tempo é cíclico, a “idade das trevas” está sobre nós, e os homens arianos habitam o topo de uma hierarquia cósmica antiga.
Essa pergunta simples deu início a uma odisséia de um ano em que Teitelbaum, um etnomusicologista que se tornou especialista em questões de extrema direita, gravou mais de 20 horas de entrevistas com Bannon e viajou pelo mundo para conhecer seus contemporâneos tradicionalistas.
O novo livro resultante, “War For Eternity: Inside Bannon’s Far-Right Circle of Global Power Brokers” (Guerra pela Eternidade: De Dentro do Círculo Ultra-Direitista de Negociadores Mundiais de Poder), lançado nesta semana, revela uma bizarra ideologia ultraconservadora compartilhada por assessores de presidentes populistas no Brasil, Rússia e Hungria — e o surpreendente poder político que eles podem estar empunhando.
Teitelbaum define o tradicionalismo como “uma bizarra escola filosófica subversiva secreta com um número pequeno de adeptos ecléticos.” Ela se baseia em verdades filosóficas que fazem uso de ideias de muitas religiões, desde o hinduísmo e o zoroastrismo até as religiões pagãs pré-cristãs da Europa.
Teitelbaum disse que diferentes escolas de tradicionalistas compartilham crenças diferentes, mas muitas concordam com um dos principais temas: o “modernismo” — especialmente o marxismo — deve desaparecer para que o avanço espiritual da humanidade ocorra. Esse avanço espiritual é uma mistura que envolve muitas religiões, principalmente o catolicismo e o islamismo.
De acordo com a Universidade do Colorado Boulder:
Por meio de entrevistas exclusivas em reuniões esotéricas e outras reuniões secretas com pensadores de extrema direita desde a região rural da Virgínia [onde Olavo de Carvalho mora] até Budapeste, Teitelbaum argumenta que essa visão obscura do mundo está tendo um impacto notável na política mundial hoje.
Ele observa que Aleksandr Dugin, que é fortemente influenciado por obras tradicionalistas, tem quem o ouça no Kremlin e Olavo de Carvalho, outro pensador tradicionalista, atua como conselheiro do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Embora seja inegável que Dugin e Carvalho tenham as mesmas raízes esotéricas e ambos sejam membros da Escola Tradicionalista, não sei se a avaliação de Teitelbaum de Dugin ter no governo russo a mesma influência que Carvalho tem no governo brasileiro está correta.
Não há notícias de que Dugin já tenha recebido a maior condecoração do governo russo. Certamente, as ideias e o movimento de Dugin, inspirados no ocultista islâmico René Guénon, são uma ameaça política e espiritual, mas ele não foi capaz até agora de alcançar a influência enorme que Carvalho alcançou no governo Bolsonaro.
Se o presidente russo Vladimir Putin tratar Dugin da mesma maneira que Bolsonaro vem tratando Carvalho, mais cedo ou mais tarde ele verá a Rússia afundada nas mesmas confusões que o Brasil está enfrentando.
Minha opinião é que a Rússia, a maior nação cristã ortodoxa do mundo, será vítima de Dugin ou outro membro da Escola Tradicionalista, porque os cristãos ortodoxos não são muito diferentes dos católicos. O Brasil, a maior nação católica do mundo, já está sendo vítima da Escola Tradicionalista por meio de Carvalho.
Se Bolsonaro, da mesma forma, expulsar seus conselheiros tradicionalistas, principalmente Carvalho, e se cercar de evangélicos, haverá esperança para o Brasil. Putin e os cristãos ortodoxos não estão espiritualmente preparados para evitar na Rússia a mesma experiência ruim da Escola Tradicionalista que o Brasil católico adotou e que a América protestante rejeitou.
“Alguns desses protagonistas [Bannon, Dugin, Carvalho] que estão tentando moldar o futuro da nossa sociedade estão pensando em termos que são muito estranhos para a maioria das pessoas educadas, atentas e engajadas,” disse ele. “É hora de começarmos a prestar atenção.”
Teitelbaum está certo. A maioria das pessoas, mesmo as “pessoas mais educadas, atentas e engajadas,” são incapazes de entender a seita esotérica estranha e misteriosa da Escola Tradicionalista. Os líderes americanos da CAPC que compareceram à CAPC Brasil financiada com impostos não conseguiram entender que eles foram usados para promover um membro da Escola Tradicionalista e que praticamente todos os palestrantes brasileiros na CAPC Brasil não estavam representando o movimento conservador brasileiro. Eles estavam diretamente conectados a Carvalho. Então, o tradicionalismo tem no Brasil, como em nenhuma outra nação, uma supremacia, mesmo contra conservadores reais.
Nenhuma nação foi tão enganada e vitimada pelos tradicionalistas quanto o Brasil — talvez apenas a Itália sob o ditador fascista Benito Mussolini, cujo conselheiro e guru foi o filósofo direitista Julius Evola, o discípulo mais proeminente de Guénon e o membro mais proeminente da Escola Tradicionalista. Evola escreveu vários livros contra o marxismo.
Bannon, Dugin e Carvalho foram fortemente influenciados por Guénon e suas ideias esotéricas.
Apesar de Carvalho se gabar de que ele vinha formando um exército de intelectuais antimarxistas desde a década de 1980, por meio de investigação Teitelbaum descobriu que Carvalho estava envolvido em uma tariqa islâmica ocultista nos EUA na década de 1980. Essa tariqa estava envolvido em escândalos sexuais. Teitelbaum apenas não investigou como Carvalho enganou o serviço imigratório dos EUA para obter um visto como correspondente de um pequeno jornal brasileiro que não tinha condições de sustentar um correspondente internacional.
Concordo com Teitelbaum: é hora de começarmos a prestar atenção à seita espiritualista da Escola Tradicionalista e seus membros que seduzem e sequestram movimentos conservadores e influenciam presidentes — desde Mussolini até Bolsonaro.
Numa declaração polêmica feita em 4 de março de 2020, Olavo de Carvalho disse:
“Tudo o que acontece de mau no Brasil vem de uma ou várias destas instituições: Forças Armadas, Partido Comunista, Maçonaria, Igreja Católica, Igrejas Evangélicas. Não que elas em si sejam necessariamente más, mas quem quer que suba na hierqarquia de uma delas acaba tentando usá-la para tirar vantagem e foder com o resto da população. Demolir o prestigio dessas instituições seria tirar de milhões de picaretas a arma do crime.”
Olavo de Carvalho
É uma declaração de natureza ocultista, onde ele ataca parecendo defender, onde supostas “verdades” são colocadas num labirinto de confusão e mentiras.
Cada instituição ofendida por Olavo, que é hoje o Rasputin do Presidente Jair Bolsonaro, precisa se defender do homem mais condecorado e amado pelo presidente do Brasil. Eu, como evangélico, falo somente pelos evangélicos que precisam dessa defesa.
Não é a primeira vez que Olavo ofende os evangélicos. Em setembro de 2018, ele disse: “As igrejas evangélicas fizeram mais mal ao Brasil do que a esquerda inteira.” Se você pensou que a esquerda inteira é o maior mal contra o Brasil, Olavo apontou que existe um mal maior do que a esquerda. A única diferença é que enquanto antes ele insinuou que as igrejas evangélicas são uma ameaça maior do que o Partido Comunista, agora ele diz que as igrejas evangélicas e o Partido Comunista estão no mesmo nível.
Aliás, logo depois da ofensa de Olavo contra os evangélicos, Eduardo o visitou para lhe dar todal apoio. Para Eduardo, é Olavo acima de tudo e de todos.
Eduardo Bolsonaro com Olavo de Carvalho em 8 de março de 2020
Então, por causa da paixão de Eduardo por Olavo, CPAC Brasil acabou sendo usada como mera plataforma de propaganda para exaltar o homem que igualou Igreja Evangélica com Partido Comunista.
Vou, como evangélico, examinar a declaração de Olavo por partes, numa breve análise de três pontos, mostrando a incoerência do pensamento dele sobre cada uma das instituições.
Primeiro ponto. Olavo disse: “Tudo o que acontece de mau no Brasil vem de uma ou várias destas instituições: Forças Armadas, Partido Comunista, Maçonaria, Igreja Católica, Igrejas Evangélicas.”
De forma total, essa declaração se aplica ao Partido Comunista e à maçonaria. Não vejo como “Tudo o que acontece de mau no Brasil” possa se aplicar às Forças Armadas. Como toda instituição humana, as Forças Armadas têm falhas, mas servem, no melhor de sua capacidade, para proteger o Brasil. A declaração de Olavo foi ofensiva às Forças Armadas. Cabe pois a elas se defenderem.
Se ele tivesse dito “Tudo o que acontece de mau no Brasil vem do Partido Comunista e da Maçonaria,” não haveria como refutar.
Se Olavo acha que Bolsonaro é péssimo para o Brasil, então sua declaração “Tudo o que acontece de mau no Brasil vem das Igrejas Evangélicas” está de acordo com tal raciocínio, porque as igrejas evangélicas são grandes apoiadoras de Bolsonaro.
Com esse escândalo envolvendo nazismo, quem pode negar que “Tudo o que acontece de mau no governo Bolsonaro vem de Olavo de Carvalho”?
Esses são apenas alguns dos exemplos que mostram que a marca registrada de Olavo no governo Bolsonaro é confusão.
Segundo ponto. Olavo disse: “Não que elas em si sejam necessariamente más, mas quem quer que suba na hierqarquia de uma delas acaba tentando usá-la para tirar vantagem e foder com o resto da população.”
De fato, as Forças Armadas, a Igreja Católica e as Igrejas Evangélicas não são em si más. Mas ao declarar que o Partido Comunista e a maçonaria não são necessariamente maus, Olavo diz o que só um ocultista poderia dizer.
Nesse raciocínio ocultista, o Partido Comunista não é mau, mas mau é quem o usa “para tirar vantagem e foder com o resto da população”?
Nesse raciocínio ocultista, a maçonaria não é má, mas mau é quem a usa “para tirar vantagem e foder com o resto da população”?
Em 12 de fevereiro de 2020, Olavo disse:
“Quando um comunista acusa seus inimigos de algum crime, investigue e acabará descobrindo, em noventa e nove por cento dos casos, que quem cometeu o crime foi ele mesmo.”
Como um ocultista não é melhor do que um comunista, as palavras dele servem contra ele mesmo:
“Quando um ocultista acusa seus inimigos de algum crime, investigue e acabará descobrindo, em noventa e nove por cento dos casos, que quem cometeu o crime foi ele mesmo.”
Nesse raciocínio, não é o próprio Olavo que usa de sua grande influência sobre Jair Bolsonaro e seus filhos “para tirar vantagem e foder com o resto da população”?
Como então negar que “Tudo o que acontece de mau no governo Bolsonaro vem de Olavo de Carvalho”?
Embora em sua condição de principal líder evangélico do Brasil, Malafaia tenha alertado contra o astrólogo Olavo, não há dúvida de que Olavo tentou usar as igrejas evangélicas “para tirar vantagem e foder com o resto da população” evangélica. Entre os evangélicos hipnotizados, enganados e usados por ele estão o Dep. Marco Feliciano, pastor da Assembleia de Deus, e Pr. Daniel Lopez, da Igreja Bola de Neve.
Terceiro ponto. Olavo disse: “Demolir o prestigio dessas instituições seria tirar de milhões de picaretas a arma do crime.”
Desde quando o Partido Comunista tem prestígio? Só comunistas dão prestígio ao comunismo. Ao colocar no mesmo nível Forças Armadas, Partido Comunista, Maçonaria, Igreja Católica e Igrejas Evangélicas, Olavo ofendeu gravemente as Igrejas Evangélicas. Repito, falo somente pelos evangélicos.
Inicialmente, em sua estratégia Olavo só costumava atacar o Partido Comunista como essencialmente mau. Com essa estratégia, ele atraiu e enganou Forças Armadas, Igreja Católica e Igrejas Evangélicas. Hoje, com uso frequente de raciocínio de labirinto, ele ataca a todos, e elogia Bolsonaro — a escada que ele precisa para subir mais e mais “para tirar vantagem e foder com o resto da população.” E está conseguindo. Ele obteve, sem nenhum merecimento, de Bolsonaro a maior condecoração do governo brasileiro.
Bolsonaro está entupindo seu governo de homens que têm a mentalidade de Olavo — homens tão cegos de paixão que se Olavo disser que excremento é chocolate, eles vão comer esse “chocolate” dia e noite. E eles já comem abundantemente desse “chocolate” — através dos palavrões diários que saem da boca de Olavo. Esses amantes de “chocolate” veem problemas em tudo e em todos e dizem amém a tudo o que Olavo diz, inclusive: “Tudo o que acontece de mau no Brasil vem Forças Armadas, Igreja Católica e Igrejas Evangélicas.” E, em coro, eles veem Olavo como a única salvação do Brasil. Olavo é o messias deles. A paixão de Eduardo Bolsonaro por Olavo é só uma amostra.
Os projetos messiânicos, quando limitados a uma seita com pessoas lunáticas, produzem danos limitados a eles mesmos. Mas quando o presidente de uma nação abraça o “messias” e seus projetos, a nação inteira sofre as consequências dessa loucura. Para desgraça do Brasil, Olavo é o Rasputin de Bolsonaro.
As igrejas evangélicas que assumiram uma postura corajosa contra o socialismo agora precisam assumir uma postura igualmente corajosa contra o mal do outro extremo. Elas precisam repudiar a difamação de que “Tudo o que acontece de mau no Brasil vem das Igrejas Evangélicas” e precisam abrir os olhos para ver que “Tudo o que acontece de mau no governo Bolsonaro vem de Olavo de Carvalho e seus adeptos.”
Por isso, tenho feito empenho para alertar as igrejas evangélicas. Recentemente, o site de Charisma, a maior revista pentecostal do mundo, com sede na Flórida, EUA, publicou um artigo meu sobre evangélicos que apoiam Bolsonaro enquanto ele está sob a influência do Rasputin. Você pode ler uma versão em português desse artigo aqui. Só o poder da oração pode quebrar as cadeias que prendem Olavo a Satanás e seus enganos e que prendem Bolsonaro e seus filhos a ele.
Não é a toa que, valendo-se de sua influência sobre Bolsonaro e valendo-se de sua condição de brasileiro imigrante que vive autoexilado nos EUA para fugir de “perseguições,” Olavo usa sua liberdade graciosamente concedida pelos EUA para perseguir um evangélico brasileiro: ele produziu um vídeo pedindo que a Polícia Federal me investigue. Ele reconhece que com meus alertas, dificulto seus esquemas “para tirar vantagem e foder com o resto da população” evangélica do Brasil. Eu, que sempre fui atacado por esquerdistas, homossexualistas, abortistas e muçulmanos, agora sou atacado pelo Rasputin de Bolsonaro.
Recentemente, Olavo me chamou publicamente de “falso evangélico,” como se ele fosse alguma autoridade evangélica ou defensor evangélico, qualificado para definir o que é ou não um verdadeiro evangélico. Sua única definição de evangélico verdadeiro é o evangélico que o segue cegamente. Evangélicos que estão fora de sua seita ele chama de “evanjegues.”
Em 13 de outubro de 2016, Olavo disse:
“Lutero e Calvino eram almas cheias de ódio. O primeiro foi um genocida, o segundo o inventor do governo totalitário. Seus seguidores estão no caminho do inferno, e se for preciso xingá-los de tudo quanto é nome para tirá-los dessa enrascada, farei isso sem dó nem piedade.”
Xingar sem dó nem piedade é o que ele faz há anos contra os evangélicos e contra tudo e contra todos os que estão no seu caminho do culto a seu ego e ambições pessoais. Xingar sem dó nem piedade é o que ele faz há anos contra mim.
É o cúmulo da hipocrisia o maior ativista brasileiro da Inquisição, vivendo no maior país evangélico e historicamente anti-Inquisição do mundo, usar a liberdade americana conquistada por evangélicos para difamar e atacar evangélicos. É tão hipocrita quanto os socialistas brasileiros, que odeiam o capitalismo, mas preferem viver nos EUA, o maior país capitalista do mundo.
Por isso, é tão importante alertar os evangélicos.
Tal alerta é necessário, pois ao contrário do que Olavo disse, não há nenhum prestígio no Partido Comunista, não há nenhuma igualdade entre Partido Comunista e Igrejas Evangélicas, e, no que se refere ao oportunismo ocultista, Olavo não passa, nas próprias palavras dele, de um dos milhões de picaretas que usam e abusam do movimento conservador e da Igreja Católica como instrumentos “para tirar vantagem e foder com o resto da população.”
Defendendo o Estado mínimo, Eduardo Bolsonaro apresentou a CPAC Brasil, que ele disse ser o maior evento conservador do Brasil. Apesar da ideia de “Estado mínimo” significar “menos impostos” e menos gente do governo gastando dinheiro de impostos, o que se viu na CPAC foi “conservadores” criticando socialistas financiados por impostos num evento que custou R$ 1,1 milhão de dinheiro de impostos.
Eduardo Bolsonaro apresentando Olavo de Carvalho no CPAC Brasil
CPAC é a sigla americana de Conservative Political Action Conference, que significa Conferência de Ação Política Conservadora. A CPAC Brasil, que aconteceu em 11 e 12 de outubro de 2019 em São Paulo, foi o primeiro evento desse tipo no Brasil.
Embora o evento tenha sido projetado para 2 mil pessoas, de acordo com os organizadores a conferência teve cerca de 1.200 participantes.
Para os socialistas, é muito fácil usar a máquina do Estado para seus projetos de poder. Agora, em versão direitista, Eduardo Bolsonaro usou a máquina do Estado para seu projeto de poder pessoal.
Em vez de promoverem suas causas com o dinheiro do próprio bolso, os socialistas sempre usam o dinheiro dos outros, de preferência de impostos. Não diferente disso, o “princípe” Eduardo promoveu a CPAC no Brasil não com o dinheiro de seu próprio bolso, mas com dinheiro de impostos. Se isso não é socialismo direitista, então o que é?
No entanto, o problema não é só impostos sendo usados para financiar o que Eduardo Bolsonaro chamou de maior evento conservador do Brasil. Conforme consta no próprio site do evento, a conferência CPAC Brasil foi oficialmente realizada pela Fundação Indigo, que já defendeu a legalização do uso medicinal e recreativo da maconha.
“A legalização do porte, distribuição e venda de maconha para fins medicinais e recreativos poderia solucionar vários problemas públicos brasileiros, como a superlotação de prisões, a existência de esquemas complexos e muito lucrativos de tráfico, a redução taxa de criminalidade e a redução do número de mortes causadas pelo tráfico e pela overdose com a utilização substâncias mais tóxicas,” defendeu a Fundação Índigo, que realizou a CPAC Brasil.
Como Eduardo Bolsonaro e seus aliados não quiseram, de acordo com valores conservadores, financiar a CPAC Brasil com dinheiro do próprio bolso, a Fundação Índigo foi usada para financiar, com dinheiro de impostos, o evento.
Não é a primeira vez que Eduardo realiza um evento “conservador” com dinheiro de impostos usando a Fundação Índigo. Em julho de 2018 ele tentou realizar a Cúpula Conservadora das Américas, que acabou sendo realizada em dezembro.
É óbvio que com tanto dinheiro de impostos usado num evento “conservador,” o que foi exaltado não foi o conservadorismo. A exaltação foi dada para Eduardo Bolsonaro, que é filho do Presidente Jair Bolsonaro. O segundo homem mais exaltado foi Olavo de Carvalho, um conselheiro de Bolsonaro que por seu longo histórico de ocultista e astrólogo é considerado o “Rasputin de Bolsonaro.”
A Cúpula Conservadora das Américas, que glorificou Carvalho, custou 500 mil reais de dinheiro de impostos.
Pela lei brasileira, financiar eventos com dinheiro público não é ilegal. Mas do ponto-de-vista conservador, não é correto. Chega a ser imoral.
O único grande serviço noticioso internacional que escreveu uma reportagem sobre a conferência da CPAC foi a BBC, mas só em sua edição em português. Sua edição em inglês ignorou o evento. Aliás, embora os EUA tenham milhares de sites conservadores, nenhum até agora escreveu sobre o evento da CPAC no Brasil.
A BBC mostrou um telão na CPAC onde Carvalho foi exaltado. A verdade é que o filho do presidente pode dizer e fazer o que quiser, desde exaltar um Rasputin até canalizar impostos para realizar um evento “conservador.”
Não é a primeira vez que a BBC trata de Carvalho. Em 2017, quando nenhum canal conservador dos EUA escreveu sobre a participação de Carvalho num debate com um socialista brasileiro na Universidade de Harvard, a BBC foi o único grande canal noticioso a entrevistar Carvalho, que disse que apoia a ideia socialista de “renda mínima,” onde o Estado daria um salário mínimo para cada cidadão. Esse salário aparentemente generoso viria totalmente do dinheiro de impostos.
Por ser o maior país evangélico do mundo e por ser o país que mais protegeu judeus no mundo, os EUA também se tornaram o país que mais combateu a Inquisição. Embora Carvalho não esconda de ninguém sua repugnância pelo papel dos evangélicos americanos para ajudar os judeus no combate à Inquisição, ele prefere viver nos EUA, um comportamento incoerente não diferente de socialistas brasileiros que criticam o capitalismo e o evangelicalismo americano, mas preferem viver nos EUA.
Contudo, a defesa da Inquisição não é o único problema deles. Allan dos Santos, que foi exaltado por Eduardo Bolsonaro e Mercedes Schlapp como representante oficial da “imprensa conservadora” no Brasil, é um seguidor de Carvalho que foi desmascarado pelo jornalista Felipe Moura Brasil em sua reportagem na revista Crusoé “Os Blogueiros de Crachá,” sobre blogueiros que apoiam Carvalho e Bolsonaro e recebem favores financeiros.
Graças à atuação desses grupos militantes, não existe real liberdade no governo Bolsonaro. Todos os ministros que tentaram criticar a influência nociva de Olavo de Carvalho no governo foram demitidos. Então se futuramente disserem que Carvalho era uma pessoa respeitada por todos no governo Bolsonaro porque todos os ministros o elogiavam, é porque ninguém tinha escolha.
No Brasil, não é a grande mídia esquerdista que critica Carvalho pela defesa que ele faz da Inquisição. Aliás, a esquerda não parece se importar que ele defenda tais atrocidades passadas. O maior crítico dele nessa assunto sou eu. Por causa de minha crítica, Carvalho, usando e abusando de sua influência no governo, já apelou para a Polícia Federal me investigar, como se fosse crime criticá-lo por causa da Inquisição e seus envolvimentos ocultistas.
Em entrevista exclusiva ao HuffPost do Brasil, Eduardo Bolsonaro zombou da denúncia do jornalista Moura Brasil, dizendo que existe “uma deliberada perseguição a qualquer um que não se alinhe à conduta desejada pela esquerda.” (Sua entrevista foi incoerente, pois se ele não gosta da esquerda, por que ele aceitou ser entrevistado pelo esquerdista HuffPost?)
Pelo simples fato de que o jornalista denunciou caça às bruxas a serviço de Carvalho, ele foi rotulado como fazendo parte da esquerda. É uma acusação injusta.
Felipe Moura Brasil é o editor de um livro best-seller de Carvavlho e autor de um vídeo contra o socialismo com mais de 7 milhão de visualizações nos Estados Unidos. O vídeo (https://youtu.be/bKhR9i5CGkA), intitulado “How Socialism Ruined My Country” (Como o Socialismo Arruinou Meu País), foi divulgado por Dennis Prager, um conhecido judeu antimarxista americano.
Não existe nos EUA um vídeo antimarxista brasileiro mais famoso do que o vídeo de Felipe.
Se criticar influências ocultistas no governo Bolsonaro torna você vulnerável de ser tachado de “esquerdista,” em breve Eduardo Bolsonaro lançará essa acusação contra mim, embora eu tenha militância antimarxista muito antes dele. Em pleno governo Lula em 2006, eu criticava sua campanha homossexualista. Uma das maiores denúncias publicadas nos EUA contra o governo Lula foi escrita por mim em 2006.
Enquanto em 1999 Jair Bolsonaro estava apoiando Hugo Chávez e seu socialismo venezuelano, eu estavam combatendo o socialismo e a agenda gay. Sou o autor do livro “O Movimento Homossexual,” publicado originalmente pela Editora Betânia em 1998. Esse foi o primeiro livro brasileiro contra a agenda homossexual.
Então, quem participou da CPAC Brasil, onde os maiores exaltados foram Eduardo Bolsonaro e Olavo de Carvalho?
Os palestrantes americanos foram:
Matt Schlapp
Mercedez Schlapp
James M. Roberts
Christine S. Wilson
Charles R. Gerow
Senador Mike Lee
Kassy Dillon
Como não entendem português, os americanos foram incapazes de entender que em vez de estar com os representantes do conservadorismo brasileiro, eles estavam na verdade vendo os representantes do movimento de Olavo de Carvalho que, não surpreendemente, foram os palestrantes brasileiros, inclusive:
Ministro Ernesto Araújo, fã assumido de Olavo de Carvalho, René Guénon e Julius Evola. O ocultista islâmico René Guénon, muito recomendado por Carvalho durante décadas, tinha como principal discípulo Evola, cujos livros defendendo um ocultismo direitista inspiraram o fascismo italiano e o nazismo.
Damares Alves, pastora pentecostal, também falou. Seu tema foi questões pró-família. Ela não é discipula de Carvalho, mas também não é livre para criticá-lo e alguns itens homossexuais da agenda do governo Bolsonaro. Aliás, ela recebeu ordens para implementar esses itens.
A CPAC Brasil teve também uma mesa redonda com os adeptos de Carvalho — Filipe G. Martins, Rafael Nogueira, Flávio Morgenstein e Taiguara Fernandes — para debaterem a importância dele.
Além disso, houve uma mesa redonda com a “mídia indepentente” — termo que Eduardo usa para significar a mídia que exalta Carvalho. Na “mídia indepentente” Eduardo incluiu Conexão Política, Visão Macro, Daniel Lopez, Terça Livre (de Allan dos Santos) e Crítica Nacional.
Como filho do presidente, Eduardo Bolsonaro pode incluir ou excluir quem ele quiser. Ele tem privilégios garantidos pelo pai e muito dinheiro de impostos para realizar o que quer. O fato de que ele usou dinheiro de impostos para realizar a CPAC Brasil mostra o poder do “príncipe,” termo usado pelo Major Olimpio, líder do partido de Bolsonaro no Senado. Ele disse que os filhos do presidente Bolsonaro têm “mania de príncipes” e causam problemas para o pai.
A mania mais recente do “príncipe” é querer ser o embaixador do Brasil nos EUA.
Não existe, em Daniel Lopez, nenhuma independência de Carvalho. Aliás, todas as outras “mídias independentes” não são independentes de Carvalho.
A marca registrada do movimento supostamente direitista de Carvalho é a defesa intransigente da Inquisição. Digo supostamente direitista porque o próprio Carvalho recusa o título de direitista e conservador. Outra marca registrada desse movimento é o culto à personalidade de Carvalho.
Allan dos Santos, do Terça Livre, foi o principal “jornalista independente” exaltado por Eduardo. Conforme denúncia do UOL, Allan já andou se beneficiando de dinheiro de impostos para suas despesas pessoais. O que falta no Brasil é “jornalista independente” cujo bolso seja independente de dinheiro de impostos.
Não sei se Matt Schlapp, Mercedez Schlapp, James M. Roberts, Christine S. Wilson, Charles R. Gerow, Senador Mike Lee e Kassy Dillon participariam da CPAC Brasil se conhecessem de fato quem é Olavo de Carvalho, nem sei se eles concordam que a CPAC Brasil foi apenas usado e abusado para glorificar Eduardo Bolsonaro, Carvalho e seus adeptos.
Contudo, aparentemente eles tiveram a ideia de que o líder do movimento conservador no Brasil é o “príncipe” Eduardo Bolsonaro. Walid Phares, palestrante americano da CPAC, disse que Eduardo está “liderando um emergente movimento national conservador.”
Tentar unir homossexualismo com conservadorismo é algo que um real conservador cristão nunca faria nem aceitaria. Mas um oportunista movido por dinheiro faz e aceita qualquer coisa.
Na CPAC Brasil, Eduardo Bolsonaro posou de forma orgulhosa com a bandeira do arco-íris, mostrando que ele acredita que existe conservadorismo homossexual.
Eduardo Bolsonaro e a bandeira gay
Se pode existir “conservador” com atitudes socialistas (gastar mais de 1 milhão de reais de dinheiro de impostos para realizar um evento “conservador” como a CPAC), por que não também “conservadores” gays?
Apesar disso, o empresário católico americano Sean Fieler exibiu na CPAC Brasil em sequência as bandeiras da União Soviética, de Cuba e do movimento gay, equiparando-as como formas de totalitarismo.
“É o movimento mais perigoso nos EUA atualmente”, declarou ele. É um movimento tão destrutivo que já está se infiltrando em grupos e partidos conservadores, inclusive na própria CPAC.
A lição brasileira que ficará com relação à CPAC por um longo tempo é que os americanos ligados à CPAC são altamente vulneráveis. Eles pregam Estado mínimo, menos impostos e denunciam socialistas financiados por impostos. Mas na primeira oportunidade, aceitam participar de um evento financiado altamente por impostos.
Nessa altura os organizadores da CPAC podem estar se perguntado se o pântano brasileiro, que está cheio de problemas da esquerda, não tem também problemas da direita. Querendo ou não, o CAPC acabou legitimando a direita extremista pró-Inquisição que ameaça o verdadeiro conservadorismo cristão. Legitimou também o culto à personalidade de Carvalho, que não mede esforços para se glorificar, ainda que à custa do verdadeiro conservadorismo.
Legitimou uma deturpação do conservadorismo brasileiro.
Quanto a Eduardo Bolsonaro, a CPAC foi um grande brinquedo para o “príncipe.”
Com informações de CPAC Brasil, BBC, HuffPost Brasil, O Antagonista, Notícias Yahoo, Congresso em Foco, Gazeta do Povo, Notícias UOL e El País.