Primeiro ministro evangélico negro da Educação do Brasil caiu por trapacear com credenciais falsas antes de ser empossado

Julio Severo

O professor evangélico negro Carlos Alberto Decotelli havia sido escolhido como novo ministro da Educação do Brasil pelo presidente Jair Bolsonaro, mas sua posse tornou-se impossível por causa de seus escândalos educacionais pessoais.

Presidente Jair Bolsonaro e Carlos Alberto Decotelli

Embora sua posse como negro fosse uma vitória para o governo Bolsonaro, que é acusado pelos esquerdistas negros de não lhes dar o grande respeito que eles exigem, a posse naufragou.

Decotelli enfrentou uma série de alegações de que ele exagerava suas credenciais acadêmicas.

De acordo com o serviço noticioso internacional Associated Press:

Decotelli também incluiu em seu currículo um doutorado da Universidade de Rosário, na Argentina, mas o reitor dessa instituição disse no Twitter na semana passada que ele não havia terminado seus estudos.

O candidato também solicitou um pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, na Alemanha. A rede de televisão local Globo citou uma declaração da universidade dizendo que Decotelli não obteve esse diploma.

Seu currículo enganoso é um contraste total com sua afirmação, que disse:

“Cresci dentro da Primeira Igreja Batista do Rio e sou voltado para as questões da crença neotestamentária do núcleo evangélico tradicional, como as igrejas Batista, Metodista, Presbiteriana. Frequentei escola dominical desde dois anos de idade e hoje sou membro da Primeira Igreja Batista de Curitiba. Nas convicções que estão na Bíblia, no Novo Testamento, eu acredito. Uma questão de fé. É assim que procedo na minha vida.”

Decotelli é um batista tradicional. Os protestantes tradicionais, mesmo os batistas, costumam acusar os pentecostais e os neopentecostais de nenhuma educação ou educação insuficiente. Mas Decotelli, como batista tradicional, tinha muitas credenciais educacionais falsas.

Ele também é um defensor do sistema de cotas, que concede privilégios educacionais não com base no mérito, trabalho e esforço pessoal, mas apenas na cor da pele. Tal injustiça se encaixa no padrão moral de Decotelli, onde negros como ele podem obter credenciais educacionais de qualquer maneira possível, inclusive trapaceando.

Seu comportamento como trapaceiro é uma vergonha não apenas para os batistas tradicionais e para os protestantes tradicionais. É uma vergonha também para os evangélicos em geral que não aceitam mentiras e trapaça.

Ativistas esquerdistas atacaram incessantemente Decotelli e suas mentiras. Mas você teria dificuldade de entender o comportamento deles. Trapaças e mentiras são normais no universo esquerdista, mesmo em seus currículos e credenciais educacionais. A diferença é que eles poupam seus próprios trapaceiros enquanto condenam os trapaceiros de direita.

Se Decotelli fosse um ativista esquerdista, tenho certeza de que suas credenciais desonestas não seriam um problema para os esquerdistas. Sim, Decotelli poderia ser um defensor de cotas com diplomas falsos, mas ele estaria protegido se fosse de esquerda. Seu maior problema é não ser totalmente de esquerda.

No entanto, ser um cristão desonesto é um pecado muito sério.

O fato é que o governo Bolsonaro tem sido muito imprudente em suas escolhas de ministros. Mas Decotelli desapontou os evangélicos brasileiros.

Não é de hoje que os evangélicos, que foram considerados vitais para a eleição de Bolsonaro, ansiavam um cargo de ministro da Educação. Logo no início de 2019, o televangelista Silas Malafaia havia recomendado o evangélico Guilherme Schelb para o Ministério da Educação, mas sua recomendação virou pó diante da influência do guru esotérico Olavo de Carvalho, que indicou seu adepto Ricardo Vélez.

Uma boa qualidade de Vélez: ele não gostava do socialismo. Duas péssimas qualidades dele: Ele não gostava de Trump, mas gostava de Hillary Clinton.

Quando Vélez virou desastre no Ministério da Educação, o próprio Bolsonaro confessou que o havia escolhido cegamente. Ele disse:

“Errei no começo quando indiquei Ricardo Vélez como ministro. Foi uma indicação do Olavo de Carvalho? Foi, não vou negar… Depois liguei para ele: ‘Olavo, você conhecia o Vélez de onde?’”

Mesmo com o fracasso de Vélez, Bolsonaro deu nova oportunidade a Carvalho, que indicou Abraham Weintraub em maio de 2019. Sem demora, Weintraub anunciou que uma de suas prioridades seria aumentar o número de creches. Minha reação veio no artigo “Ministro da Educação Abraham Weintraub e seu socialismo de direita ou estatismo de direita,” em que eu disse:

“O conceito de creche — de afastar a criança da mãe o mais cedo possível — é um conceito adotado, defendido e amplamente praticado no socialismo.”

Em julho de 2019, sob Weintraub, o MEC lançou uma campanha de astrologia para alunos na internet, mas deletou posts logo depois de críticas de leitores de que tal campanha nasceu da influência de Olavo de Carvalho, que tem histórico de astrólogo, no ex-ministro da Educação.

O último problema de Weintraub foi em maio de 2020, onde ele foi criticado pela Embaixada de Israel no Brasil e por organizações judaicas no Brasil e nos EUA por comparar batidas da Polícia Federal contra aliados à perseguição nazista contra judeus.

Com Vélez e Weintraub, os tentáculos da doutrinação ideológica de Olavo de Carvalho ameaçavam 57 milhões de crianças e jovens nas escolas do Brasil.

Supõe-se que Bolsonaro não tenha dado a Carvalho oportunidade de fazer uma terceira indicação (desastrosa) porque logo no ínicio de junho de 2020, Carvalho chamou o governo Bolsonaro de “merd*,” dizendo que pode derrubá-lo.

Embora a escolha de Decotelli tenha sido desastrosa, os desastres das escolhas de Carvalho foram maiores.

Em janeiro de 2020, Bolsonaro demitiu Roberto Alvim, a principal autoridade da cultura brasileira, depois que Alvim citou o nazista Goebbels enquanto falava sobre arte nacionalista em um vídeo que tinha o compositor favorito de Hitler tocando ao fundo. Alvim é um adepto fiel de Carvalho.

Para a Fundação Nacional de Arte, Bolsonaro nomeou Dante Mantovani, um fiel adepto de Carvalho. Depois que Mantovani falou sobre o que ele nunca deveria falar, ele foi demitido. Depois de intensa pressão de Carvalho, ele foi reempossado e novamente demitido.

Entre declarações estúpidas de Mantovani estão:

“Terrabolistas são ótimos em fazer piadinhas acerca da auto-evidente planicidade da superfície terrestre, mas são absolutamente incapazes de apresentar um único argumento ou prova da delirante esfericidade da Terra. O mais próximo que chegam de um argumento em favor da bola giratória são as imagens de computação gráfica feitas pela agência de desinformação e propaganda da Guerra Fria, a NASA, cujos próprios autores já vieram a público dizer que é tudo fake.”

Olavo de Carvalho, o guru de Mantovani, Alvim e outras autoridades do governo brasileiro, finalmente reconheceu que fez uma recomendação errada no caso do ministro da Educação. Ele confessou que recomendou Vélez a Bolsonaro, apesar de não ter contato com Vélez há mais de 20 anos! Essa foi a desculpa dele.

No entanto, no caso de Ernesto Araújo, a quem ele recomendou a Bolsonaro como ministro de Relações Exteriores, ele disse que acertou na mosca. Araújo elogiou abertamente Julius Evola, o guru do ditador fascista italiano Benito Mussolini. Evola é autor de vários livros de direita, antimarxistas e ocultistas. Sim, ele defendia ao mesmo tempo a ideologia anti-marxista de direita e a bruxaria.

Tenho certeza de que ele acertou na mosca, porque Araújo tem as mesmas preferências ocultistas que Carvalho tem.

Se o ocultismo deu azar para Evola e Mussolini, como pode representar boa sorte para o Brasil?

O Brasil não precisa de Decotelli para ajudar as pessoas a avançarem com méritos e credenciais falsas.

O Brasil não precisa de pessoas com histórico ocultista para prejudicar sua sociedade.

O Brasil precisa de integridade e verdadeiro Cristianismo — sem sincretismo.

O Brasil precisa de um encontro com Cristo.

Versão em inglês deste artigo: Brazil’s first black evangelical minister of Education fell for cheating with fake credentials before being inaugurated

Fonte: www.juliosevero.com

Leitura recomendada:

Ministério da Educação é fundamental para Bolsonaro, mas ele confessou que escolheu cegamente ministro desastroso da Educação por influência de Rasputin

Os tentáculos da doutrinação ideológica de Olavo de Carvalho sobre 57 milhões de crianças e jovens nas escolas do Brasil

Ministro da Educação Abraham Weintraub e seu socialismo de direita ou estatismo de direita

Novo ministro da Educação: hostil ao socialismo e Trump, amistoso com Bolsonaro e Hillary

MEC lança campanha de astrologia para alunos na internet, mas deleta posts logo depois de críticas de leitores de que tal campanha nasceu da influência de Olavo de Carvalho, que tem histórico de astrólogo, no ministro da Educação

Principal autoridade da cultura do Brasil foi demitida depois de citar nazista Goebbels enquanto falava sobre arte nacionalista em um vídeo que tinha o compositor favorito de Hitler tocando ao fundo

Olavo de Carvalho e Julius Evola, paralelos de dois proeminentes ocultistas direitistas da Escola Tradicionalista

Um comentário sobre “Primeiro ministro evangélico negro da Educação do Brasil caiu por trapacear com credenciais falsas antes de ser empossado

  1. Artigo importante, mas foi desnecessária a catucada aos evangélicos tradicionais. Por que sempre jogar evangélicos tradicionais, pentecostais e neopentecostais uns contra os outros? Se o motivo para isso é a rivalidade TMI x Teologia da Prosperidade, sabe-se q ambas são anti-bíblicas.

Deixe um comentário