Pastores presbiterianos condenam preconceito e soberba do teólogo cessacionista Augustus Nicodemus contra pentecostais

Julio Severo

O Rev. Augustus Nicodemus foi entrevistado pelo jornal esquerdista Folha de S. Paulo, que é notoriamente antievangélico. A entrevista seguiu o próprio perfil do jornal, com muitos ataques aos evangélicos, principalmente pentecostais.

Apesar dos ataques aos pentecostais, Nicodemus é um palestrante proeminente na VINACC (conhecida hoje simplesmente como Visão Nacional da Consciência Calvinista). Ele é também o único calvinista brasileiro a palestrar na Conferência Nacional Ligonier, um evento calvinista de R. C. Sproul que reúne calvinistas cessacionistas de todo o mundo.

Cessacionismo é a heresia que diz que profecias, revelações e outros dons sobrenaturais do Espírito Santo cessaram 2 mil anos atrás.

Provavelmente, é a heresia cessacionista que leva Nicodemus a ter opiniões hostis aos pentecostais e neopentecostais.

Embora tradicionalmente a Igreja Presbiteriana do Brasil nunca tenha condenado a hostilidade de Nicodemus contra os pentecostais, importantes mudanças estão vindo de prominentes pastores presbiterianos.

Tão logo a entrevista de Nicodemus foi publicada na Folha de S. Paulo em 6 de abril de 2021, o Rev. André Mendonça, pastor presbiteriano que havia sido escolhido anteriormente como ministro da Justiça pelo Presidente Jair Bolsonaro, disse:

“Lamentável a forma preconceituosa e soberba com que Augustus Nicodemus se refere aos pentecostais. Milhões de vidas foram salvas através das igrejas pentecostais. Elas dão pão ao faminto, choram com os que choram e são o pronto socorro espiritual de quem nada tem.”

Ele acrescentou:

“O Brasil deve muito aos pentecostais! Eles levam o Evangelho aos presídios, favelas, vilarejos e ribeirinhos. Estão onde religiosos elitistas não se dispõem a estar.”

Outros importantes pastores presbiterianos também condenaram a soberba e preconceito antipentecostal de Nicodemus. O Rev. Milton Ribeiro, que é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil e ministro da Educação no governo do Presidente Jair Bolsonaro, disse:

“Como pastor presbiteriano e ministro de Estado, embora respeite o direito de cada um expressar sua opinião, não posso concordar e fiquei entristecido pela forma com que um pastor presbiteriano se referiu aos meus irmãos pentecostais. Falou unicamente em seu nome e não em nome da Igreja Presbiteriana do Brasil, que se pronuncia oficialmente através de seus concílios e por meio de sua direção máxima.”

O ministro Ribeiro acrescentou:

“Os irmãos pentecostais são muitas vezes, e em muitos aspectos, exemplo para mim em termos de dedicação, consagração e desprendimento pela causa do Evangelho. Em um tempo em que parte da mídia tenta destruir valores e princípios próprios do Evangelho, temos sim que ressaltar o que nos une: Deus, Família e Pátria. Todos nós somos herdeiros do pentecostes. Eu também sou pentecostal.”

A atitude de pastores presbiterianos em condenar a soberba e preconceito antipentecostal de Nicodemus é louvável.

A hostilidade de Nicodemus contra os pentecostais e neopentecostais contrasta fortemente com sua falta de hostilidade aos maiores teólogos marxistas do Brasil. Por exemplo, quando em 2012 denunciei que o Bispo Robinson Cavalcanti, que havia sido assassinado pelo próprio filho drogado, era a personalidade evangélica marxista mais importante do Brasil, sem necessidade alguma Nicodemus, Renato Vargens, Euder Faber, Franklin Ferreira e outros calvinistas iniciaram uma guerra contra mim para proteger a imagem do comunista assassinado.

Sem querer, Nicodemus exaltou o neopentecostalismo. Em 2018, o candidato socialista Fernando Haddad, que perdeu para Jair Bolsonaro, confessou que a grande causa da derrota dele foi o neopentecostalismo e a Teologia da Prosperidade. Mas se Nicodemus estiver certo em seu argumento de que o neopentecostalismo e a Teologia da Prosperidade devem ser eliminados, a consequência óbvia é que Bolsonaro também será eliminado e petistas como Haddad terão muito mais chances de conquistar o poder.

Enquanto Nicodemus e seus adeptos cessacionisas não são conhecidos por se engajarem na guerra cultural, principalmente contra o aborto e a agenda gay, suas vítimas neopentecostais, especialmente Silas Malafaia, são muito conhecidos por denunciarem o marxismo, o aborto e a agenda gay.

Foi muito louvável o ministro Milton Ribeiro condenar a soberba de Nicodemus. Já que ele adotou a postura de defender e ajudar os pentecostais, gostaria também de ajudá-lo. Ele tem várias vezes elogiado e recomendado Carlos Nadalim, um extremista esotérico no MEC que publicou um vídeo com escritores antievangélicos. Elogiar a malícia e o extremismo de Nadalim é tão impróprios quanto elogiar a soberba e preconceito de Nicodemus contra os pentecostais.

Se as opiniões antipentecostais de Nicodemus merecem ser condenadas pelo ministro da Educação, o vídeo antievangélico de Nadalim também não merece?

Versão em inglês deste artigo: Brazil’s Presbyterian Ministers Condemn Prejudice and Arrogance by Cessationist Theologian Augustus Nicodemus Against Pentecostals

Fonte: www.juliosevero.com

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Por que um teólogo calvinista cessacionista não pode usar seu púlpito para cruzadas contra o aborto, a sodomia e o feminismo, mas pode usá-lo para cruzadas contra pentecostais e neopentecostais?

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