Ex-chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie critica neopentecostais em jornal tradicionalmente esquerdista e hostil aos evangélicos

Julio Severo

O Rev. Augustus Nicodemus, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Recife e ex-chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que pertence à Igreja Presbiteriana do Brasil, tem muita dificuldade de assumir sua postura como apóstolo da heresia cessacionista do Brasil.

Mas ele não teve nenhuma inibição e constrangimento para dar uma entrevista antievangélica à Folha de S. Paulo em 6 de abril de 2021. A falta de constrangimento de Nicodemus é chocante, pois o jornal que o entrevistou é notório em suas posturas públicas contra os evangélicos conservadores, entre os quais os neopentecostais se destacam.

Por nome, Nicodmeus ataca a Teologia da Prosperidade, uma variante teológica que não ameaça a Igreja Presbiteriana do Brasil nem o monopólio esquerdista na grande imprensa. Apesar da hostilidade da imprensa contra os evangélicos, Nicodemus encontrou grande simpatia da Folha de S. Paulo em seus ataques aos neopentecostais.

A Teologia da Prosperidade é fruto direto do ambiente capitalista das igrejas evangélicas americanas.

Se a Teologia da Prosperidade não afeta a Igreja Presbiteriana do Brasil nem a grande imprensa esquerdista, por que atacá-la? Há duas explicações.

A Teologia da Prosperidade consegue destroçar o mito de que a teologia cessacionista é verdadeira. Essa teologia erroneamente ensina que profecias, revelações e outros dons do Espírito Santo cessaram 2 mil anos atrás. Um evangélico afetado pelo marxismo consegue facilmente ser iludido pelo cessacionismo. Em contraste, um evangélico neopenecostal que abraça a Teologia da Prosperidade tem grande resistência contra o marxismo.

Outra explicação é que cristãos pobres param de se iludir com os políticos socialistas e suas mensagens mentirosas depois de passarem a crer que para enriquecer, eles pecisam trabalhar e obedecer a Deus, em vez de pegar em armas para provocar revoluções sangrentas e roubar a propriedade dos outros.

O único ponto positivo de Nicodemus na sua entrevista no jornal antievangélico foi dizer “[Bolsonaro] tem uma agenda conservadora, mais próxima dos evangélicos. Se aparecesse um candidato com questões relacionadas à família, certamente eu votaria. Olhando as opções que têm aí, ainda me vejo sem muitas opções.”

Sem querer, Nicodemus exaltou o neopentecostalismo. Em 2018, o candidato socialista Fernando Haddad, que perdeu para Jair Bolsonaro, confessou que a grande causa da derrota dele foi o neopentecostalismo e a Teologia da Prosperidade. Mas se Nicodemus estiver certo em seu argumento de que o neopentecostalismo e a Teologia da Prosperidade devem ser eliminados, a consequência óbvia é que Bolsonaro também será eliminado e petistas como Haddad terão muito mais chances de conquistar o poder.

Apesar de que Nicodemus criticou o neopentecostalismo, que é a principal base evangélica do governo de Bolsonaro, os principais ministros evangélicos de Bolsonaro são da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Ainda não se entende por que Nicodemus tem medo de usar seus espaços em jornais antievangélicos para sair claramente do armário e expor seus argumentos nitidamente antipentecostais e cessacionistas. Seu cessacionismo é um dos segredos mais cínicos e mal-guardados da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Enquanto Nicodemus e seus adeptos cessacionisas não são conhecidos por se engajarem na guerra cultural, principalmente contra o aborto e a agenda gay, suas vítimas neopentecostais, especialmente Silas Malafaia, são muito conhecidos por denunciaram o marxismo, o aborto e a agenda gay.

O grande mistério não é Nicodemus receber amplo apoio da imprensa esquerdista para atacar os neopentecostais. O grande mistério é que, embora Bolsonaro seja amigo de Silas Malafaia, Bolsonaro dá cargos proeminentes para pastores presbiterianos que ignoram os neopentecostais e bajulam a direita fascista ocultista de Olavo de Carvalho que ataca os evangélicos.

Malafaia merece elogio por ter denunciado esse fascismo. Mas até agora Nicodemus tem permanecido em silência sobre Olavo de Carvalho e seu fascismo direitista.

Eu duvido da coragem de Nicodemus. Em 2011, ele e sua patota em cima do muro me criticaram, do jeito que hoje eles atacam os neopentecostais, porque expus a natureza patentemente marxista de Robinson Cavalcanti. Nicodemus achou que o marxista Cavalcanti merecia ser defendido. Pode-se chamar Nicodemus de muitas coisas, mas não de conservador, corajoso, carismático e amigo dos evangélicos.

Não há dúvida de que a imprensa esquerdista deseja deter o movimento neopentecostal e seu impacto conservador. Para alcançar esse alvo, essa imprensa dará holofotes a qualquer evangélicos progressista ou falso conservador.

Com informações da Folha de São Paulo.

Fonte: www.juliosevero.com

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