Julio Severo
O Brasil se encontra num cenário político e espiritual que exige muito discernimento. Por um lado, o Presidente Jair Bolsonaro se apoiou no conservadorismo evangélico para se tornar presidente. Ele conseguiu o que queria. Mas por outro lado como presidente ele tem dado muito poder ao conservadorismo guenoniano.
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René Guénon foi um ocultista islâmico que viveu quase 100 anos atrás. Seu discípulo mais importante foi Julius Evola, que escreveu livros promovendo a direita e a bruxaria ao mesmo tempo. Os livros dele inspiraram tanto o nazismo quanto o fascismo. Através de Evola, a influência de Guénon estava presente no nazismo e fascismo.
A influência de Guénon hoje se vê através de Steve Bannon, expulso por Trump como traidor e oportunista. Se não tivesse sido enxotado, Bannon teria se tornado no governo americano o novo Julius Evola.
Mas a influência de Guénon se vê no governo brasileiro através de Olavo de Carvalho, considerado o Rasputin de Bolsonaro. Ninguém no Brasil divulgou mais, durante décadas, Guénon do que Olavo. Mas ele disfarça essas décadas de propaganda alegando que ele critica Guénon. Ele o critica e recomenda, tal qual fazia o próprio Guénon com a maçonaria, criticando-a e recomendando-a ao mesmo tempo.
A falta de duplicidade não é um traço antinatural no caráter de ocultistas.
Vários alunos-adeptos de Carvalho foram cegamente nomeados por Bolsonaro, fortalecendo assim o conservadorismo ou tradicionalismo guenoniano no governo.
Ernesto Araújo, o ministro das Relações Exteriores, tem um documento diplomático oficial abertamente louvando Guénon e Evola e seu tradicionalismo esotérico. Onde Ernesto aprendeu isso? Com seu antigo mestre Olavo, que sempre recomendou livros de Guénon e afins.
Há outros alunos-adeptos de Olavo no governo exercendo a mesma influência ocultista.
É uma surpresa para muitos saber que conservadorismo também é defendido por ocultistas. Guénon é só um exemplo. Evola é outro. E foi exatamente a influência deles que estava presente no nazismo e fascismo, movimentos populistas. O próprio Bannon, que é amigo de Olavo, reconhece o nazismo e o fascismo como movimentos populistas. E Bannon também louva Guénon e Evola.
A influência guenoniana está hoje fortemente presente no governo Bolsonaro através do Evola brasileiro, Olavo de Carvalho, que apesar de ter empesteado o governo com contendas, fofocas, intrigas e confusões desde o começo, mesmo assim ganhou de um hipnotizado Bolsonaro a condecoração mais elevada do governo brasileiro.
Seria uma tragédia monumental um governo entusiasticamente eleito por cristãos conservadores fortalecendo o ocultismo de direita. Isso já está acontecendo.
Se você é intercessor, ore. O Brasil saiu do buraco do PT, mas se Bolsonaro não conseguir se libertar da influência guenoniana de Olavo, assim como Trump conseguiu se livrar da influência guenoniana de Bannon, o Brasil entrará ou já entrou em outro buraco. O buraco da direita esotérica.
Versão em inglês deste artigo: Guenonian Influence in Brazil’s Bolsonaro Administration
Fonte: www.juliosevero.com
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